1986 a 1991. Numa pequena vila nos arredores de Seul, ao longo de seis anos e num raio de dois quilómetros, foram violadas e assassinadas 10 mulheres. O primeiro homicídio em série da Coreia fez 10 vítimas, entre as quais uma avó de 71 anos a uma estudante de 13 anos. Para lá das vítimas, o assassino não deixou um único vestígio. No decurso da investigação que envolveu pelo menos 300 mil polícias, foram interrogados mais de três mil suspeitos. Contudo, não foi formalizada nenhuma acusação. Naquela época, na Coreia, as investigações de homicídio limitavam-se ao interrogatório dos conhecidos da vítima. Para a polícia de então, tudo constituía uma nova experiência. Não havia mecanismos de criação de perfil, nem se pensava sequer em preservar o local do crime para que fosse feita uma pesquisa forense. Tudo assentava em buscas e interrogatórios com base no sentido de dever e na persistência dos detetives. Nesta era de ignorância, dois detetives na base de uma força policial mal apoiada só podem contar consigo mesmos para enfrentar esta terrível série de acontecimentos.