O mal nunca vem só, diz o povo. A vila estrela está ameaçada pelas águas da nova barragem do Alqueva. Vai transformar-se numa "ilha". Mas, como um mal nunca vem só, o dia a dia dos habitantes desta pequena vila entalada nas montanhas, é alterado pela morte de Adriano. "Para criar, destrui-me; tanto me exteriorizei dentro de mim, que dentro de mim não existo senão exteriormente. Sou a cena viva onde passam vários actores representando várias peças." (do Livro do Desassossego), gostava de citar Adriano. Suicidou-se no dia da festa da vila, enforcando-se na praça principal. Para Adriano, a praça principal da vila foi durante muito tempo o centro do mundo. Adriano sentia-se cercado, deprimido, incapaz de fugir ao seu destino. "Ninguém consegue deter um homem que viaja com o suicídio na lapela", repetia Adriano a Lisete, sempre até à exaustão.