Olga, uma mulher ainda nova, feliz, é de repente abandonada pelo seu marido. E este abandono atira-a violentamente para as profundezas de um vórtice persistente. Os seus dias de abandono são as intermináveis horas da sua perdição, as que ela inflige nos outros e as infligidas a si. Os momentos quando sentimentos e emoções violentas a despedaçam, quando a consciência que não é amada torna o ar irrespirável, como uma nuvem sufocante. Os seus dias de perdição cavam profundas cavernas, ultrapassam a compreensão de Olga, ultrapassam o seu corpo: ela pára de comer, ela está atordoada e zonza, uma implacável presença-ausência parece fixar-se algures na sua mente, revelando-se com o medo arcaico e primitivo de um animal perseguido.