Um homem branco, 46 anos, que nunca conheceu “o puto”, nascido e criado em Moçambique, sargento na unidade de tropas especiais do exército colonial português. Um homem negro, 27 anos, que nunca conheceu África, nascido e criado em Lisboa, finalista de engenharia no Instituto Superior Técnico, entusiasta dos ideais de esquerda. Os dois encontram-se em Moçambique, em plena guerra colonial, quando o homem branco, na conclusão de uma operação especial no mato, captura o homem negro, acabado de chegar a África como voluntário para a luta dos movimentos de libertação. Por acidente, perdem a comunicação com o transporte que deveria recolher o sargento e encetam uma longa caminhada em terriitório controlado pelos guerrilheiros do movimento de libertação, até ao aquartelamento da tropa colonial mais próximo. Durante a caminhada encontram o terceiro elemento do triângulo: uma enfermeira do exército português, graduada em alferes, justificadamente perdida na mata. A inversão das características destas personagens reflecte-se sobre as situações de conflito e dá um novo enquadramento à temática.