Na sua primeira obra «Solas», o cineasta Benito Zambrano constroi um extraordinário drama em torno de uma figura que parece imutável, mas que muda a vida das pessoas que a rodeiam. Uma mulher provinciana deixou a sua aldeia para a cidade, onde o seu marido necessita de uma intervenção cirúrgica; enquanto ele recupera, ela fica uns dias na casa da sua filha. Maria, a filha, sente raiva - com 35 anos e solteira, odeia o emprego de mulher de limpeza, a sua vida amorosa deixa muito que desejar, e o seu apartamento encontra-se num estado calamitoso. Discretamente, com a determinação de uma tartaruga, a mãe mete mãos à obra - junta uma planta florescente aqui, uma velha cadeira de balouço ali, enquanto as suas agulhas de malha encontarm-se em movimento perpétuo. Esta actividade contínua de tomar conta das coisas e das pessoas é a sua única resposta à raiva e à frustração da sua filha...