Eugénio, 64 anos, presidiário; Daniel, 40 anos, camionista luso-americano do Massachussets, “honesto e trabalhador”. Uma história baseada em factos reais e destinos diferentes que um anúncio “matrimonial” aproxima. Do interior da sua prisão cor-de-rosa, Eugénio faz-se passar por uma rapariga casadoira portuguesa: baptiza-a de Maria da Luz e inicia uma correspondência em que cada palavra de amor é paga ao dólar. O diálogo amoroso ramifica-se, entretanto, num coro de outras vozes e interesses: Idalina, a irmã de Eugénio; Vasco, o seu jovem companheiro de cela; Abel, o prudente marceneiro; Rute, a namorada de Vasco, corpo por fim encontrado para uma Maria da Luz imaginada, última obra genial do carpinteiro Eugénio, que um dia disse - com a razão proverbial dos muito sábios - que “ainda há-de ser por isto que um dia se hão-de lembrar de mim”. E foi.