«Uma história de sedução fatal e de deriva de sentimentos, uma ficção sobre o estilhaço da instituição familiar e a redistribuição de lugares que isso opera, um filme em torno de um quotidiano febril onde os gostos são todos fátuos: eis um dos melhores trabalhos de António Pedro Vasconcelos como que a confirmar o ditado de que às três (fitas de ficção) é de vez. Se a linha dramática de O Lugar do Morto me parece ser um tanto excessivamente horizontal (faltam-lhe climaxes e refluxos com que manobrar mais eficazmente as emoções do espectador), o certo é que muito há de notável no filme, para lá da sua desenvoltura narrativa: a técnica (imagem e som, praticamente impecáveis) e o trabalho dos actores (Pedro Oliveira e Ana Zanatti merecem destaque mas é justo citar a homogeneidade do conjunto, com relevo para Teresa Madruga e Isabel Mota).» Jorge Leitão Ramos, in Dicionário do Cinema Português 1962-1988, Caminho.