Três dias após ser expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, foi a vez do sindicato de produtores cinematográficos dos Estados Unidos abrir esta segunda-feira um processo para expulsar Harvey Weinstein, alvo de várias denúncias de assédio e abuso sexual.

O conselho do sindicato (PGA, em inglês) votou "por unanimidade iniciar o procedimento de expulsão" relativo à presença como membro de Harvey Weinstein.

"Weinstein terá a oportunidade de responder [às acusações] antes que o sindicato tome uma decisão a 6 de novembro", indicou a organização em comunicado.

Consultado pela agência AFP, a PGA não disse quando será essa audiência.

O produtor de 65 anos caiu em desgraça quando o jornal The New York Times publicou a 5 de outubro um explosivo artigo sobre o seu assédio contra atrizes e outras mulheres. Desde então foram feitas acusações públicas, que incluem cinco de violação.

"O assédio sexual de qualquer tipo é completamente inaceitável. Esse é um problema sistémico e generalizado que requer a imediata atenção da indústria", acrescentou a PGA, que criou uma comissão para investigar e propor soluções sobre a questão.

A conselho do sindicato é composta por 20 mulheres e 18 homens.

Já a Academia responsável pela atribuição dos Óscares expulsou Weinstein no sábado.

"Não só nos distanciamos de alguém que não merece o respeito dos seus colegas como enviamos uma mensagem para que termine a era de ignorância deliberada e vergonhosa cumplicidade na nossa indústria", informou o comunicado.

A Academia Britânica de Artes Cinematográficas e de Televisão (Bafta) suspendeu o outrora poderoso produtor na quarta-feira passada.

Muitos se perguntaram se a Academia tomará medidas semelhantes contra Roman Polanski, acusado de violar uma menina de 13 anos em 1977 (reconheceu a relação sexual com ela, dizendo que era consensual) e Bill Cosby, acusado por cerca de 50 mulheres de assédio, agressão sexual e violação.

O ator de "O Padrinho, Parte II" (1974) Carmine Caridi tinha sido até agora o único membro da Academia expulso: foi acusado de emprestar cópias dos filmes candidatos aos Óscares a um vizinho que era negociante de filmes pirateados.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou no domingo ter "iniciado os trâmites" para que fosse retirada a Legião de Honra, a maior condecoração francesa, atribuída ao produtor.

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