Os reposteiros cor de salmão que cobrem o cenário abrem-se para um espectáculo de Pina Bausch, «Café Müller». Entre os espectadores, dois homens que não se conhecem - Benigno, um enfermeiro, e Marco, um escritor de quarenta e poucos anos - estão sentados lado a lado. No palco, repleto de cadeiras e mesas de madeira, duas mulheres de olhos fechados e braços estendidos movem-se ao compasso de «The Fairy Queen», de Henry Purcell. Marco emociona-se e começa a chorar. Benigno vê o brilho das suas lágrimas na escuridão da plateia. Gostava de lhe poder dizer que também ele está emocionado com o espectáculo, mas não se atreve. Meses depois, os dois homens voltam a encontrar-se na Clínica «El Bosque», uma clínica privada, onde Benigno trabalha. Lydia, a namorada de Marco, toureira de profissão, foi colhida por um touro e está em coma. Benigno cuida de uma outra mulher em coma, Alicia, uma jovem bailarina. Aí se inicia uma intensa amizade... tão linear como uma montanha russa.