O programa destes quatro concertos foi apresentado hoje em conferência de imprensa por José Ferreira Lobo, o maestro titular da Orquestra do Norte que, em declarações à agência Lusa, lembrou que a ópera “é simultaneamente popular e simultaneamente erudita permitindo uma transversalização que tem sido a motivação principal desde que a orquestra foi criada”.

O programa de hoje à noite na Prelada é dedicado a Bizet e à sua “Carmem”, enquanto no dia 3 de agosto, no claustro da Câmara Municipal de Amarante, é Verdi o escolhido, no ano em que se comemoram 200 anos do seu nascimento. A Orquestra do Norte irá apresentar trechos de algumas dos coros suas grandes óperas como “Nabucco”, “Aida” ou “Don Carlo”.

O maestro José Ferreira Lobo nota que não vão ser “óperas no seu conceito cénico” algo que Orquestra do Norte faz no Coliseu do Porto, onde são os responsáveis por uma temporada de ópera. “No fundo complementamos esta temporada com estes concertos”.

O programa completa-se com um concerto no dia 24 de agosto, no Museu do Côa, com obras de Wagner, também a perfazerem-se 200 anos do seu nascimento, e o regresso depois a Verdi, a 05 de outubro, na Quinta da Levandeira do Roncão em Alijó.

O concerto de Foz Côa integra também a estreia mundial de “Canções do Douro”, uma encomenda da Orquestra a João Camacho, que têm como fonte de inspiração as tradições durienses.

“Esta programação faz-se em sítios que têm naturalmente qualidade acústica e há também a preocupação de articular um reportório, que é um reportório transversal, popular com o património”, explicou o maestro.

Há neste programa, por outro lado, “uma ideia fundamental que é o Douro, com os seus vinhedos, com as suas tradições, com os seus sítios e quisemos valorizar esses sítios e construímos um périplo com aquilo que é a boa experiência e a boa prática da Orquestra do norte no campo operático”, acrescentou.

Recordando que “a Orquestra foi criada com o princípio da itinerância” José Ferreira Lobo destaca que esta é uma oportunidade de levar a ópera “a sítios que tem menor acessibilidade à chamada alta cultura”.

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