"Quem chegar ao Porto, e procurar um espaço cultural nesta cidade, como é caso da Fundação de Serralves, poderá, imediatamente, ficar a saber que, se fizer um percurso ao longo do rio Douro, tanto de barco, como de comboio, tem três espaços de elevado valor cultural à disposição, com um só ingresso", explicou à Lusa o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro.

A cerimónia de apresentação do novo modelo de visita aos três espaços culturais do Norte de Portugal, acontece hoje, em pleno Parque Arqueológico do Vale do Côa, no território da Quinta da Ervamoira, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda.

O protocolo é assinado pelos presidentes das três instituições: Ana Pinho, de Serralves, e Fernando Pinto, do Museu do Douro, além de Bruno Navarro.

"Tratamos de criar uma solução mais vantajosa, para quem pretenda visitar mais do que um espaço cultural neste território do Norte do país. Esta pareceria também é vantajosa, já que os espaços de venda dos três equipamentos culturais vão passar a dispor de artigos dos outros museus [Côa, Serralves e Douro]", disse o responsável pelo Museu do Côa.

Segundo os promotores desta iniciativa tripartida, a pareceria permitirá ainda a realização de eventos e atividades conjuntas, que sirvam para enriquecer o programa cultural oferecido pela região Norte.

"Criando esta corda cultural, que acompanha o rio Douro, o novo projeto poderá ser o início de uma caminhada, que queremos ver aprofundada", para "as três instituições poderem convergir no sentido de criarem uma programação cultural articulada", que permita valorizar a região, defendeu Bruno Navarro.

A entrada em funcionamento do bilhete combinado para a Fundação Côa Parque, Fundação Serralves e Fundação do Douro, está programada para o dia 1 de abril de 2018.

"Para o Museu do Côa esta pareceria é uma mais-valia, já que o equipamento está inserido numa região desfavorecida. Porém, os equipamentos têm muito em comum, embora com percursos diferentes", vincou o responsável

O Museu e o Parque Arqueológico do Vale do Côa estão inseridos num território de 20 mil hectares que abrange os concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel.

A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico superior, em finais do século XX, em toda a Europa.

Aquando da descoberta "Arte do Côa", em 1994, os arqueólogos portugueses asseguraram tratar-se de manifestações do Paleolítico Superior (25 mil a 30 mil anos atrás), e estar-se perante "um dos mais fabulosos achados arqueológicos do mundo".

O Parque Arqueológico do Vale do Côa foi inaugurado em 10 de agosto de 1996.

O museu abriu as portas no início de agosto de 2010, num projeto dos arquitetos Camilo Rebelo e Tiago Pimentel.