Melânia Gomes esteve no elenco do Teatro Maria Vitória durante sete anos, foi Penélope em "Deixa que Te Leve", Catarina em "Espírito Indomável" e agora é Maria Salgado em "Redenção", na TVI. Conheça esta belíssima atriz que já viu o seu trabalho reconhecido com o prémio de teatro Máscara de Ouro.

Nasceu em Tomar há 27 anos mas ainda muito nova foi morar para Viana do Castelo. Visita as duas cidades, ou adoptou definitivamente Viana do Castelo como a sua terra?
Visito ambas, até porque tenho famílias nas duas cidades. Mas confesso que me sinto mais minhota que ribatejana. Fui para Viana do Castelo com dois anos! Foi lá que cresci e vivi até aos 18 anos. Acho que é normal...

Aos quatro anos já queria ser atriz?
Sim... A primeira memória que tenho de mim é a representar, com quatro anos, no Infantário.

Foi por isso que entre 1990 e 1998 fez teatro amador no grupo O Trapo, de Viana do Castelo?

Quando cresci percebi que queria ser atriz e convenci a minha mãe a inscrever-me num grupo de teatro amador da minha terra (Viana do Castelo). Ainda nem sabia ler, decorava de ouvido. Era a única criança no grupo. Aceitaram-me porque me acharam muita graça e ficaram admirados por eu decorar uma peça inteira... Sempre fiz teatro durante a minha infância e adolescência em Viana.

Ainda nesse grupo chegou a fazer uma tournée à ilha da Madeira. Que recordações guarda dessa experiência?
Um enorme escaldão (risos...) e claro o primeiro grande contacto direto com o público! Era teatro de rua. Tenho fotografias disso.

Em 2003 estreou-se na Academia de Santo Amaro (ASA), na revista "Queres Fiado? Toma!". Já saíram da ASA grandes actores. Sente que foi uma boa escola?
Sem dúvida! Uma grande escola de teatro e de vida!

Logo a seguir começou a trabalhar no Parque Mayer na revista "Vá Pra Fora ou Vai Dentro!". Fez lá sete revistas para se despedir em 2010 com "Agarra-me que é Honesto". Que balanço faz desses sete anos no Parque?
Foram sete anos maravilhosos. Cresci muito dentro daquele teatro, aprendi muito, vivi muito, vi muito... Foi uma experiência única. Quem passa pelo Parque Mayer fica sempre de alguma forma "preso", encantado... Sei que lá fiz amigos para a vida, são como família para mim e eles sabem disso. Foi lá que "saltei" para a "caixinha mágica", a convite do Camilo de Oliveira e foi lá também que comecei a namorar com o Mário. Balanço? O melhor possível como se vê!

No ano passado saiu do teatro para integrar o elenco da novela "Espírito Indomável", na TVI. Chegou a afirmar que era uma novela arrebatadora. Porquê?
Porque tinha muita verdade. Todos estávamos muito apaixonados pelo projeto e isso sentia-se. Reflectiu-se e venceu tudo! Nunca antes uma telenovela tinha atingido tais níveis de audiência. Acho que o segredo de tudo na vida é acreditarmos e amarmos o que estamos a fazer! Era tudo muito quente, verdadeiro, sentido. Tudo à flor da pele. A alma lusa no ecrã!

As suas primeiras participações televisivas foram quase sempre em registo de comédia, nomeadamente, "Camilo em Sarilhos", "Malucos do Riso", "Maré Alta"... Gosta mais de fazer rir do que fazer chorar?
Gosto de mexer com as pessoas, de as "abanar", de provocar emoções, sejam elas quais forem, para além de rir e chorar... Gosto de as levar comigo a sentir tudo o que estou a sentir naquele momento, e que isso fique com elas, e que de alguma forma as ajude, acompanhe ou até as mude, se for caso disso...

Com 18 anos veio de Viana do Castelo para Lisboa para concretizar o sonho de ser atriz. Em 2009 já viu o seu trabalho reconhecido com o prémio de teatro Máscara de Ouro. O que sentiu quando recebeu essa distinção no Dia Mundial do Teatro?
Foi uma alegria e um orgulho enorme. Um prémio que grandes atores já receberam, como o meu querido Ruy de Carvalho, por exemplo. Na altura foi também uma grande responsabilidade e incentivo. Sentir que o nosso trabalho é apreciado, admirado e reconhecido é um estímulo enorme para continuar a ser sempre melhor como atriz e como pessoa.

No ano passado foi rainha do Carnaval de Viana do Castelo. É reconfortante o carinho das pessoas?
E este ano fui convidada especial do Carnaval de Sines, que se associou a uma causa nobre, a de ajudar a Cerci de Sines, com a receita da bilheteira. Foi o primeiro Carnaval solidário que alguma vez já se fez. Mais do que o carinho e o contacto com as pessoas é poder associar-me a causas tão nobres como esta e ser de alguma forma útil!

Este ano foi rainha das Marchas de Lisboa? Gosta de se divertir nas festas populares?
Gosto, desde pequena que via as marchas na televisão e adorava, não me pergunte porquê... Acho que faz parte da minha maneira de ser, da minha alegria de viver e celebrar a vida e as pessoas! É a alma lusa lá está. (risos...)

Qual é o seu maior sonho profissional?
Tenho tido vários sonhos e felizmente tenho-os concretizado. Acho que o mais interessante vai ser o caminho até "chegar" lá, porque vai ser a minha vida...

E pessoal?
Ter saúde e viver muitos anos!

O que a deixa muito feliz?
Tanta coisa... Estar viva, amar e ser amada, fazer o que amo e fazer as outras pessoas felizes...

O que é que um homem tem de ter para a surpreender?

Hombridade.

Gosta de viajar? Onde passa férias habitualmente?
Adoro, mas habitualmente não tenho férias, só escapadinhas para vários sítios.

Perde a cabeça com quê?
Com a ignorância, a teimosia, a burrice, as burocracias do nosso País...

É vaidosa?
O necessário para ser mulher (risos...).

Quanto tempo demora a sair de casa?
Depende para onde for... mas normalmente sou rápida.

O que a faz rir?

Fazem-me sorrir as crianças, com a sua inocência, e rir, algumas promessas políticas e o meu amigo Paulo Vasco!

E chorar?
A ingratidão e a ganância.

Um serão bem passado tem de ter obrigatoriamente o quê?

Gargalhadas!

É ambiciosa?
Sou determinada. Sei o que quero e luto por isso.

Qual é a coisa mais importante da vida?
Ter saúde.

Não consegue sair de casa sem levar consigo o quê?
A minha mala!

Um restaurante?

"Terra" no Porto, Foz do Douro.

Um livro?
"O Autofalante" de Pedro Cardoso.

Uma música?

"Night and Day" de Cole Poter, "La Bohème" de Charles Aznavour, "Ne me quitte pas" - Edith piaff, são tantas...

Uma paisagem de cortar a respiração?

Sem dúvida a Via Láctea...

Uma pessoa?
A minha mãe.