A revelação do novo formato da feira do livro foi feita hoje pelo vereador com o pelouro da Cultura, Manuel Vitorino, durante a reunião ordinária do executivo municipal, quando se apreciava a criação de um fundo financeiro, de 54 mil euros, para suportar os custos do evento.

Aquele ponto mereceu a abstenção da vereadora da CDU, Cláudia Marinho, por não concordar que o evento deixe de se realizar num espaço público.

Após dois anos de interregno por causa da pandemia de covid-19, a 41.ª edição da feira do livro de Viana do Castelo regressou em 2021, em formato presencial, ao jardim público, na segunda quinzena de julho.

Já este ano, vai realizar-se no centro cultural da cidade, entre os dias 21 de abril e 07 de maio, em simultâneo com a iniciativa "Contornos da Palavra" que, habitualmente, decorria em fevereiro ou março, nas escolas e na biblioteca municipal, espaços que se vão manter no novo formato.

No final da reunião camarária, questionado pela agência Lusa, Manuel Vitorino explicou que o novo conceito “insere-se na estratégia apresentada na candidatura de Viana do Castelo a Capital Europeia da Cultura”.

“Esta proposta não apareceu do nada. É uma ideia que constava da estratégia da candidatura e que queremos manter, independentemente de não termos passado à fase se seguinte”, explicou o vereador da Cultura.

Em março, a organização da Capital Europeia da Cultura em 2027 anunciou que as cidades de Ponta Delgada, Braga, Aveiro e Évora são finalistas.

Estas quatro cidades foram escolhidas entre 12 municípios que apresentaram uma candidatura e passam para a fase final do processo de candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027.

Foram submetidas candidaturas por Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Vila Real.

Manuel Vitorino defendeu que o evento “deve ser mais do que uma feira do livro, integrado numa visão cultural pensada para um ano e não isoladamente”.

“Há uma ideia de fundo que é termos um evento de referência no âmbito do livro e da promoção da leitura, que consiga chegar a um público mais alargado, que atraia as pessoas à cidade. Que permita a fruição de tudo o que uma iniciativa cultural deste género tem para oferecer”, sustentou.

Para Manuel Vitorino, a feira do livro da capital do Alto Minho tinha de ser “reconceitualizada”.

“Não podia continuar a ser realizada nos moldes anteriores e também tem de ser feita num local diferente, no centro cultural, numa época do ano diferente, baixa, que permita termos uma programação e uma animação na cidade, em torno da cultura, num espaço que garante conforto, com toda a animação que está associada a uma feira do livro que são só os ‘stands’ a vender livros”, reforçou.

A programação da feira do livro, que vai ser apresentada na próxima semana, será complementada com a iniciativa “Contornos da Palavra”.

“Apesar dos 'Contornos da Palavra' serem mais direcionados para a comunidade escolar, muito em torno da formação dos professores, e fazer chegar às escolas os escritores, ilustradores e cientistas às escolas, é uma iniciativa dinamizada a partir da bibliotecas escolares. Estamos a dar uma atenção redobrada às questões do livro e da promoção da leitura”, argumentou.

Iniciado em 2010, aquele projeto de promoção da leitura, organizado pela autarquia, em parceria com os agrupamentos e a rede de bibliotecas escolares, "pretende proporcionar aos alunos o contacto com a palavra nas suas diferentes vertentes, desde a escrita, dita, cantada, declamada, ilustrada ou desenhada".

Manuel Vitorino disse estar confiante no “sucesso” do novo modelo, mas garantiu que, após avaliação, se o formato não alcançar os resultados esperados, a feira do livro poderá regressar aos moldes anteriores.

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