O meu primeiro James Bond em grande ecrã foi – e isto diz tanto da minha idade e experiência cinéfila como do meu interesse pela série 007 – também o primeiro
Daniel Craig. A rever o filme de
Martin Campbell descobri momentos que marcaram profundamente o meu imaginário relativo à criação de Ian Fleming: a cena na praia nos Bahamas em que Bond / Craig sai da água como uma personagem vinda das profundezas do mar.

O contracampo é também profundamente erótico:
Caterina Murino galopa num cavalo branco e sedu-lo com o olhar. A imagem podia ter sido emprestada de anúncio mas isto é cinema. Entretanto, a aparição, como autêntica femme fatale, de
Eva Green eleva «Casino Royale» para uma dimensão mítica: a do noir.

Aqui vivemos um noir a cores, luminoso como os banhos de sol na praia, e com momentos de intimidade invulgares nos 007 (alguém se recorda de Daniel Craig no duche com uma Eva Green que chora?).

No final, pareceu-me que tinha acompanhado uma aventura que demonstra que todos somos dominados pela força do amor (é comovente a cena da dominação em que Craig, despido, ouve Green a gritar do outro lado da sala) – mas não estávamos a falar de um filme sobre um agente secreto...?

Flávio Gonçalves

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