O sindicato norte-americano dos atores (SAG-AFTRA) anunciou na segunda-feira à noite que recebeu dos seus membros a aprovação para avançar para a greve caso falhem as negociações com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), que representa os grandes estúdios e plataformas de Hollywood, previstas para arrancar esta quarta-feira.

Com a participação de cerca de 47% dos membros do SAG-AFTRA, 97.91% votaram a favor da autorização de greve, o que dá ao sindicato um maior poder de negociação: em teoria, a sua liderança, formada pela presidente Fran Drescher (a antiga estrela da série "The Nanny") e o diretor executivo Duncan Crabtree-Ireland, pode avançar para a greve após o fim do atual contrato com a AMPTP a 30 de junho se achar que as partes não estão perto de chegar a acordo.

"Este voto sim esmagador é uma declaração clara de que é altura de uma evolução neste contrato. À medida que entramos no que pode ser uma das negociações mais importantes da história do sindicato, a inflação, os direitos residuais [receitas de compensação] cada vez menores devido ao streaming e a IA [Inteligência Artificial] ameaçam a capacidade dos atores se sustentarem se nossos contratos não forem adaptados para refletir as novas realidades. Esta autorização de greve significa que entramos nas nossas negociações de uma posição de força, para que possamos fazer o acordo que os nossos membros desejam e merecem”, disse Duncan Crabtree- Ireland no comunicado oficial.

O SAG-AFTRA não revelou publicamente a lista completa de reivindicações para as negociações, que serão conduzidas sob um 'blackout' à comunicação social. A última greve dos atores foi em 1980.

Também em comunicado, a AMPTP diz que está a avançar para estas negociações "com o objetivo de alcançar um novo acordo que seja benéfico para os membros do SAG-AFTRA e para a indústria em geral”.

Recentemente, o sindicato dos realizadores chegou a acordo, mas o  dos argumentistas avançou para a greve a 2 de maio, o que levou à suspensão da rodagem de várias produções de TV e cinema.

Este sindicato representa cerca de 11.500 argumentistas, que dizem que estão em greve por condições de trabalho mais estáveis ​​e uma maior participação nos lucros gerados pela ascensão do streaming.

A última greve dos argumentistas foi em 2007, quando paralisaram a indústria durante 100 dias, custando 2,1 mil milhões de dólares à economia da Califórnia.