O Festival de Cannes finaliza esta segunda-feira os preparativos para sua 75.ª edição, que promete grandes estrelas na passadeira vermelha, como Tom Cruise, Kristen Stewart e Tom Hanks, mas também uma dose de atualidade com a guerra na Ucrânia.

O evento deseja virar a página da pandemia, que provocou o cancelamento da edição de 2020 (houve apenas um pequeno evento especial no final de outubro) e o adiamento para junho do festival de 2021. São aguardadas mais de 35 mil pessoas, sem a obrigatoriedade do uso de máscara para a mostra de cinema mais importante do mundo.

As equipas do festival têm o último dia para concluir os preparativos na cidade luxuosa da Costa Azul francesa, antes do início oficial do evento na terça-feira.

A passadeira vermelha receberá muitas estrelas da Sétima Arte, como Tom Cruise, que volta ao papel de piloto em "Top Gun: Maverick", e Tom Hanks, no papel do Coronel Tom Parker, empresário do rei do rock´n´roll em "Elvis".

Crimes of the Future

Viggo Mortensen, Léa Seydoux e Kristen Stewart protagonizam "Crimes of the Future", uma história sobre mutações de órgãos, filme do canadiano David Cronenberg, que disputa a Palma de Ouro.

Vinte e um filmes disputarão o prémio máximo do festival, que será anunciado pelo júri presidido pelo ator francês Vincent Lindon a 28 de maio.

Cinco realizadoras

Claire Denis

Alguns cineastas aspiram a mais uma Palma de Ouro, como os irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne ("Rosetta" e "A Criança") com "Tori et Lokita", o sueco Ruben Ostlund ("O Quadrado") com "Triangle of sadness", ou o japonês Hirokazu Kore-eda ("Shoplifters – Uma Família de Pequenos Ladrões"), com "Broker".

O espanhol Albert Serra participa com "Pacifiction", uma história de espionagem diplomática e testes nucleares no Taiti.

A competição oficial inclui cinco realizadoras - um recorde na história do evento - e uma delas pode suceder a Julia Ducournau, que no ano passado se tornou a segunda mulher a vencer a Palma de Ouro com "Titane".

A francesa Claire Denis apresenta "Stars at Noon", uma tórrida história ambientada na Nicarágua dos anos 1980, e a norte-americana Kelly Reichardt narra o quotidiano de uma artista em "Showing up".

O russo Kirill Serebrennikov, conhecido pelas suas posições a favor da comunidade LGTB+, volta à disputa com "Tchaikovsky's wife", sobre a turbulenta relação entre o compositor russo e a sua esposa. O cineasta não foi autorizado a viajar a Cannes nas duas ocasiões anteriores em que foi selecionado por ter sido condenado por desvio de fundos, um caso denunciado como uma manobra política pelos seus defensores.

Atualmente exilado, ele declarou recentemente à France-Presse sobre o "horror, a tristeza, a vergonha, a dor" que sentia pela invasão da Ucrânia.

O país invadido pela Rússia também estará presente em Cannes com vários cineastas, como o veterano Sergei Loznitsa e o estreante Maksym Nakonechnyi, com um filme ambientado na guerra do Donbass, que começou em 2014.

Também será exibido o filme póstumo do lituano Mantas Kvedaravicius, falecido em abril em Mariupol, cujas imagens feitas na localidade foram recuperadas pela sua namorada.

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