A caminho dos
Óscares 2022
"Unclenching The Fists" [Abrindo os punhos, em tradução literal] obteve o Prémio Un Certain Regard no Festival de Cannes, num palmarés anunciado esta sexta-feira em que quatro das seis filmes distinguidos foram realizados por mulheres.
O júri presidido pela cineasta britânica Andrea Arnold premiou o filme de Kira Kovalenko sobre uma jovem da Ossétia do Norte-Alânia (República da Federação Russa do Norte do Cáucaso) que tenta escapar ao controlo sufocante de uma família que tanto ama como rejeita.
O programa Un Certain Regard, o segundo mais importante do festival, regressou este ano às intenções originais do antigo diretor artístico Gilles Jacob, com a apresentação de títulos de "cinema de autor", com outras perspetivas, estilos e histórias invulgares, além de realizadores que se estreiam nas longas-metragens, ao contrário do que acontecia nos anos mais recentes, em que a presença era vista como um "prémio de consolação" para os filmes que não fora possível incluir na competição pela Palma de Ouro.
O Prémio do Júri, o segundo mais importante, foi atribuído ao filme austríaco "Great Freedom" [Grande liberdade], de Sebastian Meise, cuja história decorre na Alemanha do pós-guerra à volta de um homem que é frequentemente preso por ser homossexual.
O francês "Bonne Mère", da realizadora Hafsia Herzi, recebeu o Prémio Coletivo, enquanto o islandês "Lamb", de Vladimir Johannsson e com Noomi Rapace, recebeu o Prémio de Originalidade.
Foram ainda distinguidos dois filmes que abordam o sequestro no México: "A civil", da romeno-belga Teodora Ana Mihai, foi premiada com o Prémio da Coragem, enquanto "Noche de Fuego", da mexicano-salvadorenha Tatiana Huezo, recebeu a Menção Especial.
Embora possa ser definido como um filme de ação, o primeiro baseia-se em factos reais e narra a história de uma mulher que, perante a falta de apoio das autoridades, decide caçar quem sequestrou a sua filha.
"Noche de Fuego", ambientado no estado de Guerrero, conta a história de uma mãe apavorada que tenta evitar a todo custo que a sua filha adolescente seja sequestrada por grupos armados.
"Como mulher mexicana, gostaria que a minha filha pudesse caminhar sem medo na rua no futuro", disse Tatiana Huezo ao receber o prémio, citada pela agência France-Presse.
Já Ana Mihai dedicou o prémio "às famílias que ainda estão procurando os seus entes queridos no México e em outros lugares do mundo".
Os vencedores da Competição, escolhidos pelo júri presidido pelo cineasta norte-americano Spike Lee, serão conhecidos este sábado ao fim da tarde.
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