Marrocos impediu os cinemas do país de exibirem «Exodus: Deuses e Reis» apenas um dia antes da estreia.
Não foram adiantadas justificações oficiais para autoridades marroquinas banirem o filme bíblico de grande orçamento de Hollywood, que tinha recebido luz verde por parte do Centro de Cinema Marroquino (CCM), organismo do Estado, que regula a indústria cinematográfica naquele país. A proibição é nacional.
Gestores das salas de cinema disseram que receberam «instruções verbais» por parte do CCM para não exibirem o filme na quarta-feira, como estava previsto. Um deles, responsável por um cinema em Casablanca, adiantou mesmo que tinha sido ameaçado de encerramento se se recusasse a implementar a decisão.
A decisão foi conhecida no mesmo dia em que as autoridades do Egito também proibiram a exibição do filme em todos os cinemas do país, por contar uma história «distorcida».
O chefe da censura do país, Abdel Sattar Fathi, explicou ao jornal Al Watan que uma comissão concluiu que a produção «tenta passar informação distorcida de cenas religiosas e históricas».
O responsável lamentou que o filme mostre que «os judeus estiveram envolvidos na construção das pirâmides de Gizé como povo eleito por Deus» e que passe a imagem de que os egípcios são «demagogos» e «torturaram» os seguidores da religião hebraica.
Igualmente condenável é a representação do «divino através da encarnação de Deus num rapaz» e a tentativa de «manipular» o Corão, acrescentou o responsável.
Realizado por Ridley Scott, «Exodus: Deuses e Reis» coloca Christian Vale como Moisés, uma figura venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, desde o seu nascimento, recriando ainda a história da libertação do povo hebraico no Antigo Egito. O Islão considera-o um profeta, cuja representação é proibida pela religião.
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