A Sociedade Civil de Autores, Realizadores e Produtores (ARP), com mais de 200 membros, principalmente franceses, debaterá na segunda-feira o problema dos abusos sexuais no cinema, após o cineasta franco-polaco Roman Polanski ter sido acusado por uma francesa de tê-la violado em 1975.
A ARP, com sede na França, reunirá o seu conselho de administração e proporá "que, a partir de agora, todo o membro condenado pela justiça por um crime de caráter sexual seja excluído e que todo o membro acusado pela mesma razão seja suspenso", anunciou a instituição esta terça-feira (12), sem citar Polanski.
Se o conselho de administração, composto por cerca de 20 membros, validar essa proposta, irá abrir-se caminho para a suspensão do realizador, que fugiu dos EUA em 1978 e permanece condenado naquele país por manter relações sexuais ilegais com uma menor de idade.
O premiado cineasta e membro da ARP não seria excluído, mas "suspenso" da associação porque o procedimento que o afeta nos EUA está "em curso", informou à AFP o presidente da ARP, Pierre Jolivet.
Essa suspensão seria pela acusação da ex-modelo e fotógrafa francesa Valentine Monnier, que num testemunho publicado na sexta-feira pelo jornal Le Parisien, disse que Polanski lhe tinha batido e violado em 1975 na Suíça, quando tinha 18 anos.
Na noite desta terça-feira, cerca de 40 feministas bloquearam a entrada de um cinema de Paris na pré-estreia do filme "J'accuse", de Polanski, constatou a AFP.
"Neste cinema glorificam-se os violadores", dizia um cartaz.
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