O realizador indiano Tarsem Sighn é um autor que advém da área dos telediscos e da publicidade. Nos videoclips, Losing My Religion dos REM de 1991 é um marco da sua carreira. Na publicidade, os vários prémios em Cannes [Cannes Lions International Festival of Creativity] mereceram que a sua obra esteja exposta no prestigiado MOMA (Museum of Modern Art) em Nova Iorque.
A carreira na realização inicia-se com o filme de culto “A Cela” com Jennifer Lopez, a sua melhor obra, “The Fall”, não estreou entre nós a nível comercial. O seu traço é marcante na maneira como encena e filma as sequências, o design de produção e figurino são companheiros inseparáveis de um magnifico exercício de estilo com temas que ligam o lado esotérico à natureza humana.
O “Outro/Eu”, escrito por uma dupla de irmãos catalães (David e Àlex Pastor), desaponta por perder a matriz visual de Tarsem Singh. Encontramos a habitual temática narrativa dos seus filmes que abordam os dilemas da vida e da morte. Os primeiros minutos são prometedores, desenrolam-se na Big Apple, com um grande empreendedor da construção civil (Ben Kingsley) que às portas da morte descobre uma possibilidade de prolongar a sua vida ao encarnar um corpo de um homem com metade da sua idade (Ryan Reynolds). É uma bela performance de Ben Kingsley.
A narrativa coloca um problema ao protagonista que tem de lidar com as memórias passadas do seu novo corpo que interferem com a transição, entra em cena uma série de dilemas morais mas também a possibilidade de redenção. O filme tem nos principais papeis Ryan Reynolds que interpreta duas almas em conflito e por Matthew Goode que desempenha o médico que deseja proporcionar vida eterna a qualquer custo.
“Outro/Eu” arranca como uma fábula moderna com um toque de sci-fi mas transforma-se num thriller de ação com alguns interessantes elementos dramáticos.
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