Se o duo de Alison Goldfrapp e Will Gregory não é o mais camaleónico da pop dos últimos anos, não deverá andar muito longe.
Ao longo de uma década e cinco discos, os autores de singles como "Ooh La La" ou "Utopia" já viajaram do pós-trip-hop denso e teatral do álbum de estreia, "Felt Mountain" (2000), ao disco e synth pop do recente "Head First" (2010). Pelo meio fizeram paragens pelo electro estilizado e hipnótico de "Black Cherry" (2003) e "Supernature" (2006) ou pela folk levezinha e veraneante de "Seventh Tree" (2008).
Ninguém poderá acusá-los de estagnação, mas é quase consensual que os últimos álbuns dos Goldfrapp não têm conseguido igualar a surpresa e encanto dos primeiros.
De resto, os novos singles - "Rocket", "Alive" e "Believer" - pouco têm de misterioso, sendo das canções mais directas da dupla e pastiches descarados de alguma pop (de travo 80s) de gosto duvidoso.
Já temas como "Dreaming", "Hunt" ou "Voicething" provam que a combinação das electrónicas atmosféricas de Will Gregory com a voz enigmática e insinuante de Alison Goldfrapp ainda não esgotou o apelo. Resta agora saber qual será a nota dominante nos próximos passos - talvez o concerto de amanhã forneça algumas pistas.
Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa
Data: 22 de Setembro
Início do concerto: 21 horas (as portas abrem às 20h00)
Preço dos bilhetes: 30 euros (plateia em pé), 35 euros (camarote 1ª, frente), 32 euros (camarote 1ª, lado)
No compasso de espera para o concerto, recordamos um single de cada disco dos Goldfrapp:
"Utopia" (2000):
"Train" (2003):
"Ooh La La" (2006):
"Happiness" (2008):
"Rocket" (2010):
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