No dia 18 de Setembro de 1970, aos 27 anos, o "guitar hero" morreu afogado no próprio vómito num quarto de hotel, depois de ingerir uma mistura mortal de soníferos e vinho tinto.

Nascido em Seattle, Jimi Hendrix deixou os Estados Unidos quatro anos antes da sua morte para viver na Grã-Bretanha, dando o grande salto da sua carreira efémera, que marcou fortemente a história da música, com o grupo "The Jimi Hendrix Experience", que emplacou sucessos antológicos como "Hey Joe", "Purple Haze" ou "All Along the Watchtower".

Quatro décadas depois, vários eventos são organizados em sua homenagem: uma exposição de fotografias em Paris, um livro composto de fotostiradas por Gered Mankowitz, o seu apartamento de Londres de portas abertas por dez dias, uma 'box' com mais de quatro horas de música, entre outros.

"Jimi Hendrix ainda é tão popular porque ele é a representação da fórmula 'sexo, drogas e rock n'roll'. Mas não estou certo de que hoje ele teria esse estatuto se ainda estivesse vivo. Como dizem, 'um bom herói é um herói morto'", explicou à AFP Yazid Manou, especialista em Hendrix, que organizou um espectáculo em Paris em 1990 para marcar o 25º aniversário da sua morte.

Este ano, Yazid Manou é o responsável por uma exposição organizada na loja Renoma, em Paris, onde serão exibidas, até o dia 16 de Dezembro, cerca de 70 fotografias e roupas da estrela. As fotografias estão à venda por preços que podem chegar aos vários milhares de euros.

Já o fotógrafo Gered Mankowitz publicou uma colectânea de fotos que tirou durante duas sessões realizadas no seu estúdio em 1967. Baptizada de "The Experience - Jimi Hendrix em Mason's Yard" esta obra reúne cerca de 120 imagens.

"Lembro-me de um homem muito acessível, com quem era prazeroso trabalhar. Era o contrário do artista explosivo no palco, mas tinha um carisma indiscutível", contou à AFP Mankowitz, conhecido pelas suas fotografias de estrelas do rock, como os Rolling Stones.

Na época, Gered Mankowitz tirou todas as fotos a preto e branco onde Jimi Hendrix aparece sem a sua guitarra. Mesmo que tenha conseguido dar cor a algumas, nada pôde fazer para unir a lenda do rock ao seu indissociável instrumento.

"Com certeza, lamento um pouco por não ter uma imagem dele com a sua guitarra. Mas, naquela época, tirar uma foto de um artista com o seu instrumento em estúdio era a coisa menos 'cool' do mundo. Então, eu consolo-me dizendo para mim mesmo que era um gajo 'cool' em 1967", brincou o fotógrafo.

Em Londres, o apartamento onde viveu a lenda estará aberto ao público até 26 de Setembro. O museu Händel, proprietário do local, pretende transformá-lo depois num museu permanente sobre Hendrix.

Também na capital britânica, o Hotel Cumberland inaugura na segunda-feira uma suíte em homenagem ao roqueiro. A entrada custará 399 libras.

Os fãs também terão a box musical "West Coast Seattle Boy - The Jimi Hendrix Anthology" (Sony Legacy) com quatro horas de música e canções inéditas. O lançamento será no dia 15 de Novembro.