Luiz Caracol, que foi o mentor da banda Luiz & a Lata, editou o seu primeiro álbum a solo, “Devagar”, em maio de 2013, no qual canta, entre outros, Fernando Pessoa e Mia Couto, evidenciando o seu “som mestiço e lisboeta", como explicou à Lusa.

“Nasci em Portugal, mas sou filho de retornados, fui criado num ambiente de mescla cultural e isso refletiu-se na minha formação. Quando me descobri como músico, tudo isso estava cá”, acrescentou o músico.

Referindo-se ao álbum, declarou: “a base deste disco é a minha voz e a guitarra. Vivi sempre à volta destes dois instrumentos e achei que isso devia ser a base de todo este meu disco, esta é a minha natureza mais orgânica e despida”, disse, referindo em seguida o trabalho de músicos com quem gravou, designadamente Miroca Paris, Ruca Rebordão, João Balão, Ivo Costa, Hernâni Almeida e Carlos Lopes”,

Entre músicas originais de Caracol, oito em 13 temas que constituem o disco, e um em parceria com Valete, há canções assinadas por outros nomes como Mia Couto, João Dionísio e Gonçalo Pimenta.

Luiz Caracol gravou ainda temas dos repertórios de Jorge Palma, “A gente vai continuar”, e dos brasileiros Zeca Baleiro, “Bandeira”, e Lenine, “Meu amanhã”.

“Fui durante muito tempo contador das histórias dos outros, e há reflexos deles no que sou hoje e, por outro lado, era altura de assumir aqueles que são as minhas referências musicais e inspiração”, disse. O uruguaio Jorge Drexler é outra referência de Caracol, de quem adaptou o tema “Tudo se transforma”, que musicou, e com o qual abre o álbum.

Em agosto o músico tem prevista uma digressão aos Estados Unidos, com passagens por Boston, Filadélfia, Cape Cod e Providente, entre outras cidades.

@Lusa