Apesar de a noite de hoje ser considerada de receção ao campista, as portas abriram-se para os festivaleiros com passe para todos os dias do evento no sábado passado, altura em que deram entrada no recinto cerca de três mil pessoas, segundo a organização.

Foi o caso de Rita Lemos, de Santarém, e de Margarida Calaveiras, de Castelo Branco, ambas com 20 anos, que quiseram ser das primeiras a chegar para "aproveitar melhor" e reservar o local onde o grupo, de 15 pessoas, já fica há três anos consecutivos. Para as amigas, o festival MEO Sudoeste é uma oportunidade para conviver, conhecer pessoas novas e, acima de tudo, para se divertirem.

O ambiente no recinto do campismo é descontraído. Os calções, as blusas de alças, os fatos de banho e os chinelos de praia são as vestimentas mais usadas. À porta das tendas, há quem deixe mensagens para quem passa. "Queres festa? A tua tenda é esta!", convida um cartaz. Outro, mais comercial, apregoa rastas a três euros e também há os cartazes regulamentares, com orientações do tipo "Passagem proibida a urços e javalins". Assim mesmo. Nunca se sabe que tipo de animais pode aparecer num pinhal.

A meio da tarde, ainda há quem esteja a almoçar, ou já esteja a caminho da praia, ou aproveite para descansar e dar um mergulho no canal, que fica mesmo junto à zona de acampamento.

No canal estão quatro nadadores-salvadores, contratados pela Música no Coração, que organiza o festival. Diogo Furão, 25 anos, faz a vigilância deste local pela terceira vez e garante que nunca houve afogamentos, só "cabeças partidas, luxações, traumatismos e unhas partidas", às vezes, causados por excesso de álcool. Nas alturas mais movimentadas, em regra, a partir das 15:00, podem estar mais de mil pessoas no canal, revelou o colaborador da Associação de Nadadores Salvadores do Litoral Alentejano (Resgate).

Mas também há muitos campistas que passam o tempo junto às tendas, a apanhar sol, ou sombra, a jogar às cartas ou a dormir, porque hoje já é preciso ganhar forças para os concertos.

O passe para todos os dias do festival custa 95 euros e dá direito a ficar acampado mais de uma semana, num recinto onde nada falta aos festivaleiros, nem um supermercado. Michael Tavares e os amigos chegaram entre domingo e segunda-feira e garantem que "este é o sítio mais barato" para passar férias.

Joana Godinho, da Música no Coração, assume o caráter "muito especial" do Sudoeste. "Isto é um festival que é muito mais do que música. São umas férias, são um momento em que os miúdos se juntam, conhecem outras pessoas", disse à agência Lusa.

A organização tem, por isso, vindo a adaptar-se àquilo que o público procura, que passa por pôr os concertos a começar um pouco mais tarde do que o habitual e a compor um cartaz cada vez mais voltado para "um público muito jovem". "O reggae é um estilo que funciona muito bem e que tem vindo a crescer. A música eletrónica, idem aspas", realçou Joana Godinho.

A 17.ª edição do Meo Sudoeste começa hoje à noite, destacando-se o espetáculo de Avicii, nome artístico do músico sueco Tim Berg. O evento prolonga-se até ao dia 11 e conta com nomes como Snoop Lion, Janelle Monáe, Richie Campbell, Cee Lo Green, Calvin Harris, Pitbull, Fatboy Slim e Orelha Negra. No ano passado, passaram mais de 115 mil pessoas pela Herdade da Casa Branca, onde se realiza o festival do sudoeste alentejano.

@Lusa