Segundo a ministra da Cultura afirmou à agência Lusa, este gabinete, que terá a designação de Portugal Music Export, «é o primeiro do género em Portugal» e vai destinar-se «unicamente à promoção e à abertura de canais para exportar a música portuguesa».

De acordo com Gabriela Canavilhas, este gabinete vai ser coordenado pela SPA e pelo Gabinete de Relações Internacionais do Ministério da Cultura e terá a gestão de uma verba de um milhão de euros, distribuídos por três anos.

«Somos o impulso que esta instituição necessitava para arrancar com este projeto, que só peca por tardio, porque todos os países da Europa já têm um gabinete desta natureza e o futuro da nossa dimensão económica passa por essa internacionalização», afirmou a ministra da Cultura.

Gabriela Canavilhas sublinhou ainda que «este tipo de apoio não tem características de subsídio mas sim de um apoio institucional voltado para a economia cultural».

«Estamos certos que este é um caminho que produz riqueza, que produz emprego e afirma a cultura e a língua portuguesas», frisou a ministra.

O Portugal Music Export vai promover «música não clássica», de vários outros géneros musicais, como o fado, o rock ou o pop. «Talento é muito importante mas não chega e os nossos artistas precisam deste tipo de apoio», frisou ainda Gabriela Canavilhas.

Esta agência de apoio à internacionalização e exportação da música portuguesa vai receber cerca de um milhão de euros no triénio 2011-2013, acrescentado por cerca de 150.000 euros da SPA e da GDA, segundo a ministra da Cultura.

Segundo nota de imprensa enviada à Lusa pela SPA, esta instituição afirma esperar que o gabinete «possa estar em breve ao serviço efectivo dos autores e dos artistas desta área».

Canavilhas destacou o programa como uma das prioridades do governo, sublinhando que pretende «dar um forte impulso à exportação da música portuguesa» e constituir «um importante contributo para a criação de riqueza e emprego, e para a afirmação da língua portuguesa no mundo».

Depois da assinatura do protocolo, José Jorge Letria, o presidente da SPA, sublinhou que a iniciativa, aos olhos de muitos autores e artistas, «vai consubstanciar um sonho e um projeto de muitos anos».

«É um passo significativo para que esta área possa contribuir para a recuperação da economia, a criação de novos postos de trabalho e a internacionalização da cultura portuguesa», disse ainda Letria, acrescentando: «Em contexto de crise, temos direito a este estímulo de esperança».

«Os artistas sonham, o Estado decide e a obra nasce», comentou também José Jorge Letria, convicto que «com este gabinete, será possível ir mais longe» e que «irá servir cerca de 25 mil autores portugueses».

Por sua vez, o presidente da GDA, Pedro Franco Wallenstein Teixeira, recordou as «dificuldades no percurso até à concretização deste sonho», resultante «de uma conjugação de factores», acrescentando que «precisamos desesperadamente de criatividade e de auto-estima».