Contactada pela agência Lusa, a criadora das obras em fotografia "Tela Habitada" e a série "Desenho (com pigmento)", que pertencem à coleção da Tate Modern, disse ter ficado muito satisfeita, porque o museu "recebe milhares de visitantes".

A exposição já se encontra patente no espaço In the Studio, da Tate Modern, que apresenta ciclicamente núcleos dedicados a vários artistas, para dar aos visitantes uma experiência do processo criativo.

Na mesma ala estão obras dos artistas Mark Rothko, Bridget Riley e Gerhard Richter, a quem Helena Almeida, de 83 anos, teceu elogios: "São artistas ótimos, e é muito bom ter o meu trabalho ao lado deles".

A Tate Modern possui no seu acervo cerca de 40 obras de Helena Almeida, que já foi anteriormente alvo de exibição no museu.

"Recebemos a comunicação do museu e não estava nada à espera", comentou ainda a artista, nascida em Lisboa, que representou Portugal na Bienal de Veneza em 1982 e em 2005, e recebeu os prémios PhotoEspaña, em 2003, e BESphoto, em 2005.

Helena Almeida disse à Lusa que, depois de ter exposto, em 2017, no Art Institute, em Chicago, nos Estados Unidos, trabalhos mais recentes, irá apresentar este ano ainda uma individual com novas obras na Galeria Helga de Alvear, em Madrid.

Uma das principais características do trabalho de Helena Almeida reside no facto de a artista aparecer sempre nas imagens, vestida de preto, por vezes com objetos ou móveis que fazem parte do seu estúdio.

No site da Tate Modern, o museu explica que as obras, agora em destaque, criadas entre 1995 e 1999, "salientam a posição do seu corpo, e em particular das mãos, na preparação de ações que se prepara para realizar e documentar com uma combinação de fotografia e pintura".

Em 2015-2016, Helena Almeida foi alvo de uma grande exposição no Museu de Serralves, no Porto, sob o título "A minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra", depois apresentada em Paris, no Museu Jeu de Paume, e em Bruxelas, no Wiels - Centro de Arte Contemporânea da capital belga, sob o título “Corpus”.

Em 2013, apresentou uma das maiores exposições individuais no BES Arte & Finança, em Lisboa, sob o título “Andar, abraçar”, com obras inéditas e algumas nunca apresentadas em Portugal.

Uma retrospetiva da sua obra tinha sido feita em 2004, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Helena Almeida é uma das artistas portuguesas com maior projeção internacional, representada em diversas coleções estrangeiras, e a sua prática artística abrange a fotografia, a performance, o vídeo e o desenho, evoluindo a partir de uma interrogação permanente da linguagem da pintura.

Com um extenso currículo, o seu trabalho encontra-se representado em coleções como The Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque, Tate Modern, em Londres, no Museu Nacional de Arte Reina Sofia, em Madrid, e na Coleção Novo Banco.