A digressão de apresentação de "Capitão Fausto têm os Dias Contados", que começou no dia 22 deste mês, esteve dois dias atracada no Cais da Pedra, e ambos os concertos esgotaram.
Todos estes sinais pareciam premonições para um concerto que se adivinhava especialmente bom. Tanto para os fãs mais regulares, como para as caras mais curiosas que só agora decidiram dar uma oportunidade ao grupo.
A setlist abriu com "Morro na Praia", cantando plateia e banda a uma só voz. Seguiram-se-lhe "A Célebre Batalha de Formariz" e "Litoral", relembrando o segundo álbum dos Capitão Fausto. Os cinco rapazes - Tomás, Domingos, Manuel, Francisco e Salvador -, com a indiferença espicaçante que lhes é característica, dominavam o palco e mostravam o seu bom humor algo distante ao público. Não que não se quisessem dar, mas mais para jogar ao "gato e rato", porque nós tínhamos de os ir buscar.
Entre "Supernova" e "Zécid", êxitos de Gazela, parecia que o Lux iria ruir. Entre gritos ensurdecedores e tentativas de dança que viravam moshpits, a sala de concertos encontrava-se absolutamente ao rubro. Para quem tem os dias contados, os Capitão Fausto pareciam estar de volta para ficar connosco durante muito mais tempo.
O primeiro adeus foi materializado em "Amanhã Tou Melhor". Estranhamente, a audiência conseguiu acompanhar todas as músicas do novo disco - esta em especial, já que foi o primeiro single lançado. Estranhamente, porque é difícil fixar todas as letras de um álbum em três semanas.
"Vamos para Alvalade", gritou alguém do público, como se adivinhasse o que aí vinha. Domingos, após regressar do backstage, guiou-nos até lá com um simples "sim, vamos", começando o encore. Depois disto, vieram "Maneiras Más" e "Verdade", colocando um ponto final a cerca de hora e meia de concerto. Para além de uma grande expressão musical e de um talento cada vez mais amadurecido da parte dos Capitão Fausto, assistiu-se a um público incansável, que contou com stage-dives do senhor Wallenstein, inúmeros crowdsurfings e um moshpit infindável.
Os concertos no Lux, que encaixaram o 4º e 5º dias da digressão, foram memoráveis. Esta digressão encerrará em Coimbra, no dia 15 do próximo mês.
Ainda assim, persiste a dúvida: o que quererá dizer o nome do álbum? Devemos preocupar-nos com os "dias contados" num futuro próximo?
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