Suave é o mais recente alterego do músico português, 40 anos de idade e mais de vinte dedicados à música, dispersos por vários grupos, como Los Santeros, The Act-Ups, Bro-X, Nicotine's Orchestra, e abrangendo diferentes géneros, do punk ao rock.
Em entrevista à agência Lusa, o músico explicou que o novo álbum "é mais chegado ao soul" e as primeiras canções foram escritas em 2011, ainda em inglês. Só depois é que experimentou escrever em português canções "sobre o coração, o amor, o romance ou a falta dele".
Segundo Carlos Ramos, "Português Suave" é o 60.º disco de carreira, isto se só contabilizar o que editou a partir de 2000, nos múltiplos projetos em que se envolveu, porque a ligação à música começou na adolescência.
Na verdade, numa altura em que sai este disco soul, Carlos Ramos - ou Nick Suave, como também se auto-intitula - revela que tem já um segundo álbum preparado, para editar em 2019.
"Estou muito orgulhoso da minha obra. Muitos dos discos foram editados e postos online. O pessoal é que anda muito calão. Hoje em dia o tempo de vida de um disco é expandido de forma absurda", afirmou.
Carlos Ramos reconhece que pode haver alguma "falta de filtro e fuga à rotina", porque na verdade o que lhe dá prazer é gravar, editar logo e tocar os temas ao vivo.
"Estas personagens todas fazem parte do que eu sou, com uma adolescência urbana, alguém que andou de skate, que viveu o punk e o hip hop", resumiu.
Sobre este novo álbum, Carlos Ramos disse que as canções foram pensadas mesmo para as mostrar em concertos, como os que estão marcados para o dia 27, em Lisboa, 9 de maio, no Porto, 26 de maio, no Barreiro, ou 28 de julho, em Coimbra.
Compor e editar em diferentes alteregos é só uma das facetas de Carlos Ramos. Gere ainda um estúdio no Barreiro e apresenta-se como programador cultural, fundador do Barreiro Rocks, festival que este ano cumpre 18 edições.
O Barreiro, localizado na margem sul do Rio Tejo, com cerca de 80 mil habitantes, tem vindo a ser alvo de requalificação de vários espaços patrimoniais e, na cidade, está a ser consolidado um 'cluster' de indústrias criativas, através da empresa pública Baía do Tejo, no qual estão instalados, por exemplo, um arquivo da biblioteca Ephemera, de Pacheco Pereira, e o Vhils Studio, do artista Alexandre Farto.
Enquanto programador cultural na cidade, olhando para estes investimentos e para o crescimento do turismo em Lisboa, Carlos Ramos reconhece que o Barreiro tem demonstrado "potencial imobiliário e um grande valor criativo".
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