O livro ilustrado para crianças “Boa Noite, Lua”, um clássico da literatura norte-americana, de Margaret Wise Brown e Clement Hurd, é publicado pela primeira vez em Portugal, ao fim de mais de 70 anos.

Em “Boa Noite, Lua” toda a narrativa acontece num quarto, onde um pequeno coelho está deitado numa cama, momentos antes de ir dormir. Num ritual para adormecer, conta com alguém mais velho para, devagarinho, desejar ‘boa noite’ a tudo o que o rodeia, até que o quarto fica na penumbra.

“Boa Noite, Lua” foi publicado originalmente em 1947 e na altura foi considerado revolucionário precisamente pela simplicidade da história, de enumeração, em rimas curtas, e destinado a fazer adormecer os pequenos leitores, num ritual com o qual se identificam milhões de pais e mães na hora de deitar os filhos.

Na altura, Margaret Wise Brown já tinha publicado vários livros para crianças e considerava que as suas histórias deveriam refletir as preocupações e situações reais dos mais novos em vez de terem lições de moral, como escreveu a revista The New Yorker.

As ilustrações que intercalam páginas a preto e branco com outras profusamente coloridas – sobretudo a verde e vermelho - estão cheias de pormenores, que mudam ligeiramente ao longo do tempo de leitura.

A verdade é que “Boa Noite, Lua” não terá sido um sucesso imediato, nem sequer durante o tempo de vida de Margaret Wise Brown, que morreu em 1952 com 42 anos, mas nas décadas seguintes as tiragens foram aumentando e terá já atingido as 40 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.

“Boa Noite, Lua”, que chega agora a Portugal na versão original, com tradução de Inês Dias, já entrou na cultura popular nos Estados Unidos: foi adaptado para um musical, já foi referido na série “Os Simpsons” e no programa televisivo “Saturday Night Live”.

Com Clement Hurd, Margaret Wise Brown publicou outros livros, nomeadamente “Runaway Bunny” (1942) e “My World” (1949).

Em Portugal, “Boa Noite, Lua”, de Margaret Wise Brown e ilustrações de Clement Hurd, é editado pela Relógio d’Água.

Em 2023, este texto de Margaret Wise Brown foi publicado pela editora independente Fauve & Rouge com ilustrações de Mónica Baldaque e tradução de Lourença Baldaque.