"Fado Solidário" é uma iniciativa da recém-formada Associação das Casas de Fado de Lisboa (ACFL), que esteve prevista para o passado dia 27 de dezembro, e destina-se "a todos que, de alguma forma, completavam os seus rendimentos com a atividade fadista, em todos os espaços onde acontecia fado, mesmo fora do universo da ACFL", disse à agência Lusa fonte da associação.

A iniciativa, que se realiza no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, conta com as participações de Camané e Katia Guerreiro, entre outros, e visa angariar fundos para "músicos e intérpretes, que, pelo encerramento da maioria das Casas de Fado, ficaram sem trabalho", segundo o comunicado da associação enviado à Lusa.

"Com a pandemia, os empresários destas casas decidiram juntar-se e criaram a ACFL na expectativa de desenvolver uma série de atividades para trazer benefício não apenas às empresas associadas, mas também para todos os seus colaboradores", lê-se no mesmo comunicado.

Ao palco do Coliseu vão subir também António Zambujo, Carminho, Ricardo Ribeiro e os músicos José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença, na viola, e Daniel Pinto, na viola baixo.

A associação garantiu à Lusa que "há artistas em situações difíceis e, nestas horas, é ainda mais premente o esforço solidário". Sublinhou ainda que "os apoios são para todos, não apenas os artistas das casas de fado associadas".

A ACFL surgiu em julho do ano passado, constituída pelas empresas inscritas na Associação de Turismo de Lisboa, e tem desenvolvido várias iniciativas em prol do fado, como "a inserção do Roteiro do Fado na edição em papel e no 'site' 'Visite Lisboa', em conjunto com a TAP".

Tem também em preparação uma série televisiva documental sobre o fado.

Nos passados meses de outubro e novembro, com o Museu do Fado, a ACFL promoveu 'masterclasses' de guitarra portuguesa e de viola, respetivamente, por José Manuel Neto e Carlos Manuel Proença, destinadas a músicos profissionais ou em vias de profissionalização.