“O público vai ver o texto de Shakespeare, com tradução de Fernando Villas-Boas, que é uma tradução exímia, e será a história quase integral, o espetáculo foi muito pouco cortado”, afirmou a encenadora, Maria João Luís.
A encenadora, atriz e fundadora do Teatro da Terra acrescentou ainda que as pessoas poderão “ouvir as belíssimas palavras de Shakespeare, com o talento de todos os intervenientes, desde atores e atrizes a compositores e cenógrafos”.
“Este ‘Romeu e Julieta’ é diferente, porque é feito por mim, é feito pelo João Lucas [criação musical e ilustração], pela Ângela Rocha [cenografia], por imensos atores e atrizes, ou seja, terá sempre essa diferença e essa frescura”, reconheceu.
Maria João Luís defendeu ainda à agência Lusa que “é sempre uma perspetiva nova, a de muita gente que entra no projeto” e, em palco, conta com “muitos atores novos e muitos jovens atores” e isso também confere à peça “muita frescura”.
“A peça não é de época, não vamos para a época, vamos fazê-la nos dias de hoje. É em 2023 que tudo isto se passa, apesar do texto ser o de [William] Shakespeare, depois há os toques da encenação”, disse.
Sem querer desvendar “muito mais, [para não perder] impacto para o público”, Maria João Luís referiu ainda que, esta obra do dramaturgo inglês “é como todos os grandes textos e clássicos, ou seja, nunca perdem a atualidade, são intemporais”.
“Há uma atualidade nas coisas, estamos sempre a falar da mesma coisa, da humanidade, portanto há sempre uma atualidade. Sejam feitos muitas ou poucas vezes, fala-nos de Homens, de pessoas”, assumiu.
Neste sentido, considerou que “é sempre interessante de ver como é que pensavam, e eram, os Homens na altura e por isso são sempre textos que devem ser feitos” ao longo do tempo.
No palco estarão Afonso Molinar, Bruno Ambrósio, Cátia Nunes, Filipe Gomes, Inês Curado, José Leite, Miguel Sopas, Paulo Lajes, Pedro Moldão, Rodrigo Saraiva, Sílvia Figueiredo e Tadeu Faustino.
Com os figurinos de José António Tenente, “Romeu e Julieta” é uma coprodução do Novo Ciclo da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) e da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão.
Depois da estreia hoje, na abertura do 29.º Festival Internacional de Teatro (FINTA) da ACERT, que decorre até sábado, em Tondela, o Teatro da Terra fará uma apresentação em 24 de novembro, no Fórum Cultural do Seixal, distrito de Setúbal.
“É um espetáculo isolado, a propósito do aniversário do Fórum Cultural do Seixal, depois faz carreira em janeiro, também no Fórum do Seixal, onde a companhia tem a sua residência”, adiantou Maria João Luís.
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