O DJ e produtor Tim Bergling, conhecido mundialmente como Avicii, morreu na tarde da passada sexta-feira, 20 de abril, em Omã, no Médio Oriente. As causas da morte do artista sueco de 28 anos não são conhecidas.

No documentário "Avicii: True Stories", disponível na Netflix, o DJ e produtor fala sobre a sua vida pessoal e profissional, chegando a frisar que o trabalho o levaria à morte."Tenho sido muito claro com toda a gente. Já disse: 'Eu vou morrer'. Já o disse tantas vezes. Por isso, não quero que me digam que devia pensar em dar mais espetáculos. Já lhes disse. Não vou conseguir atuar mais", confessou o sueco no filme lançado há seis meses.

No documentário, Avicii revelou ainda que não se sentiu apoiado depois de anunciar que se iria afastar dos palcos. "Toda a gente sabia que eu sofria de ansiedade e que me esforcei. Não esperava que as pessoas tentassem pressionar-me para fazer mais espetáculos", contou.

Veja o trailer do documentário:

Avicii atuou pela última vez em Portugal, no Rock in Rio Lisboa, em 2016.  Anteriormente, o sueco já tinha passado pelo MEO Sudoeste, na Zambujeira do Mar, e pela Nova Era Beach Party 2012, por exemplo.

O espetáculo no Parque da Bela Vista, em Lisboa, foi um dos últimos da carreira do jovem DJ - o jovem decidiu abandonar os palcos há dois anos por motivos de saúde e era público que sofria de pancreatite aguda.

Depois do afastamento dos palcos, o artista deixou uma mensagem aos fãs nas redes sociais. "Todos nós chegamos a um ponto das nossas vidas e carreiras em que percebemos que o que é que tem mais importância para nós. Para mim é criar música. É para isso que eu vivo, é isso que eu sinto que nasci para fazer. No ano passado deixei de atuar ao vivo e muitos de vocês acharam que eu tinha acabado [de fazer música]. Mas o fim das atuações nunca significou o fim do Avicii ou da minha música. Em vez disso, voltei a ir para o sítio onde tudo fez sempre sentido — o estúdio (...) A próxima etapa da minha vida será toda ela dedicada ao meu amor por fazer música para vocês. Isto é apenas o começo de algo novo. Espero que se divirtam tanto quanto eu com isso", escreveu o DJ.

Avicii integrou o top dos 100 melhores DJ do mundo - de acordo com a DJ Magazine -, depois de ter feito remisturas eletrónicas para canções de Little Boots ou Dizzee Rascal.

Em 2017, Avicii lançou o EP “AVĪCI”, que assinalou o regresso à música do DJ e produtor. Dois anos antes, o sueco tinha editado "Stories", um disco sobre a sua evolução e sobre as suas experiências desde o lançamento do primeiro álbum. “Todas as músicas têm uma história que eu queria contar”, frisou na apresentação do registo de originais.

Avicii começou a carreira aos 19 anos, em 2008, com Ash Pournouri ao seu lado, ao triunfar na competição Pete Tong’s Fast Trax que, consequentemente, o levou a produzir  “Manman”. No ano seguinte foi nomeado “Produtor/DJ Revelação do Ano” pela DJ Magazine e alcançou a terceira posição no Top 100 DJs da revista em 2012 e 2013.  O reconhecimento mundial chegou com “Le7els”, em 2011, que chegou ao n.úmero um nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, tendo vendido quatro milhões de discos em todo o mundo.

O primeiro álbum "True", que arrecadou vários prémios, vendeu mais de cinco milhões de cópias e chegou ao número um no iTunes em 84 países. “Wake Me Up!” foi o single que mais vendeu em 2013, alcançando quatro platinas, é uma das música mais tocadas de sempre no Spotify (mais de 300 milhões de vezes).

Em 2013, o sueco venceu o seu primeiro American Music Award (“Artista Favorito EDM”) e o seu primeiro MTV Europe Music Award (“Melhor Artista de Electrónica”). Em 2015, foi nomeado Melhor Artista de Música Electrónica do Mundo e o single “Wake Me Up” dói distinguido com um prémio Billboard Music Awards e iHeartRadio Music Awards.

Ao longo da carreira, o artista atuou para multidões -  80 000 fãs na sua cidade natal (Estocolmo)-, vendeu mais de 500 mil bilhetes na digressão de "True" (o seu primeiro álbum).

À revista Billboard, em 2016, Avicii confessou que a sua vida era como "uma viagem absolutamente louca". "Comecei a fazer música quando tinha 16 anos, comecei a andar em digressão quando tinha 18 e daí para a frente, entrei nesse universo e passei a dedicar-me 100% a isto. Quando olho para atrás, para a minha vida, penso: wow, fiz mesmo isto? Foi o melhor tempo da minha vida, de alguma forma. Teve um preço... trouxe-me muito stress e muita ansiedade. Mas foi o melhor período da minha vida", confessou.