A 1.ª edição do Festival “Evora Africa”, promovido pela Casa Cadaval, Palácio de Cadaval e Power Nation, vai decorrer até 25 de agosto e o programa inclui exposições, concertos, performances, conferências e atuações de dj.
Ao longo dos três meses, segundo a organização, o evento quer “fortalecer os laços culturais e históricos” e promover “o intercâmbio entre África e a Europa”, celebrando “novas expressões artísticas urbanas e as suas influências sobre a cultura portuguesa”.
A diretora do festival, Alexandra de Cadaval, realçou hoje à agência Lusa que, “em África, a arte e a música vêm sempre juntas” pelo que a iniciativa também agrega “esses dois elementos” e confronta “o lado contemporâneo com o mundo tradicional”.
“Temos uma programação que tem bastante música tradicional e alguns rituais e também temos o lado da contemporaneidade, dentro da música como dentro da arte”, sublinhou.
No centro desta autêntica “festa da cultura africana” vai estar o Palácio de Cadaval, mas também outros espaços, como o Templo Romano, o Cromeleque dos Almendres e a Biblioteca Pública de Évora.
A República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Madagáscar, Mali, Moçambique, Senegal, África do Sul ou o Burkina Faso são alguns dos países de origem dos artistas, músicos e ‘performers’ que vão passar por Évora.
Com direção artística de Alain Weber, o programa musical vai apresentar “as principais famílias de instrumentos africanos, incluindo os ‘koras’, santas, ‘balafons’, flautas e percussão”.
Nesta 1.ª edição, os músicos presentes são Sara Tavares, Orquestra Ballaké Sissoko, Costa Neto, Irmãos Makossa, Rita Só, Johnny Cooltrane, Mbye Ebrime, DJ Rycardo, Companhia Xindiro, Congo Stars de Vibration, DJ Lucky, Bubacar Djabaté ou Lady G Brown, entre outros.
“Vêm por volta de quase 200 artistas, só no lado musical. Temos rituais do Burkina Faso” na abertura e “também da Costa do Marfim”, para “tentar mostrar um património que é menos conhecido e a que não muita gente tem acesso”, destacou a diretora.
Segundo Alexandra de Cadaval, “são patrimónios tradicionais que estão em vias de extinção” e “pessoas em situação de vida que precisam” de “apoio para a sua cultura continuar a ser mostrada”.
A outra componente principal do evento é a exposição de arte contemporânea “African Passions”, com curadoria de André Magnin e Philippe Boutté e que vai estar patente ao público no Palácio de Cadaval, ao longo do festival.
A mostra, indicou a organização, conta com “alguns dos maiores representantes da arte africana contemporânea que apresentarão a sua própria cultura, estilo, técnicas criativas e maneira de olhar o mundo”.
Alexandra de Cadaval indicou à Lusa que vão estar reunidas “cerca de 150 obras” de 17 artistas, sobretudo de pintura, fotografia e escultura e ainda uma instalação.
Steve Bandoma, Filipe Branquinho, Frédéric Bruly Bouabré, Omar Victor Diop, Phumzile Khanyile, Klèmèguè, Houston Maludi, JP Mika, Marcel Miracle, Ambroise Ngayimoko, Mauro Pinto, Chéri Samba, Amadou Sanogo, Esther Mahlangu, Malick Sidibé, Billie Zangewa e Romuald Hazoumè são os criadores das obras expostas.
O curador André Magnin, “acérrimo defensor e pioneiro na expansão da arte africana, realizou amplas pesquisas” e, ao longo da sua carreira, foi curador de “exposições sobre arte e artistas africanos um pouco por todo o mundo”, referiu a organização.
“Temos muita sorte em receber uma exposição deste nível. É a primeira exposição que André Magnin faz em Portugal e aceitou o desafio por querer mostrar estes artistas, muitos dos quais nunca foram expostos em Portugal”, salientou Alexandra de Cadaval.
O programa do festival, segundo a organização, inclui ainda um mural de comemoração da herança africana, que já está a ser pintado pela artista Esther Mahlanghu, no pátio do Palácio de Cadaval, assim como ‘workshops’ de música e dança, palestras e conferências sobre a arte, cultura e herança africanas.
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