Cerca de uma centena de estampas japonesas que evocam os prazeres efémeros da vida quotidiana, da beleza feminina e da contemplação da natureza, vai estar em exposição no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a partir de 23 de junho.

Estas imagens ´ukyio-e´ de "um mundo flutuante", expressão artística popular no Japão a partir do século XVIII, muito difundida e admirada na Europa e nos Estados Unidos a partir da segunda metade do século XIX, relacionam a literatura mais elevada e o romance popular, descreve um texto da organização.

A exposição dará a ver cerca de uma centena de obras produzidas entre os séculos XVII e XIX de mestres como Utamaro, Hokkei, Hiroshige, Hokusai e Eizan, escolhidas entre as 231 estampas e cinco livros de estampas, num total de 12 volumes adquiridos pelo colecionador arménio Calouste Gulbenkian.

É dada ainda a conhecer a importância dos ´surimono´, edições exclusivas e limitadas de xilogravuras, acessíveis apenas a alguns cidadãos da sociedade japonesa da altura, bem como de outras obras associadas à produção literária japonesa, nomeadamente de contos tradicionais e poesia.

Com curadoria de Jorge Rodrigues (Museu Calouste Gulbenkian), Francesca Neglia (Sapienza, Università di Roma) e Hannah Sigur (FCSH, Universidade Nova de Lisboa), esta exposição apresentará ainda algumas das estampas danificadas nas cheias de 1967 que afetaram a região de Lisboa, e o "lento e pormenorizado trabalho da equipa de conservação e restauro realizado nestas obras, pioneiro a nível nacional".