O festival bienal, dedicado às artes performativas contemporâneas, tem como diretor artístico Thomas Walgrave, que deixará a direção, ao fim de dez anos, depois desta edição, para retomar a sua prática artística pessoal.

O responsável deixa as funções para Carla Nobre Sousa e David Cabecinha, "dois representantes de uma nova geração” que diz crer que “irão zarpar por novos mares, com todos os riscos que uma expedição deste género acarreta", disse à Lusa quando da apresentação do festival.

"E é bem provável que, daqui a 25 anos ainda estejamos a falar da vertigem e do abismo", salientou o ainda diretor sobre o risco que o festival tem assumido nestas duas décadas e meia.

De acordo com o responsável, entre os projetos que serão apresentados há alguns que assinalam comemorações, como "Five Days in March", de Toshiki Okada, reposto 15 anos depois da sua estreia, ou "Transobjeto", de Wagner Schwartz, que tem como pano de fundo o 50.º aniversário do Tropicalismo brasileiro.

Ainda na programação entrará a artista brasileira Christiane Jatahy, que está em Lisboa no âmbito do evento Artista na Cidade, apresentando no Alkantara a peça "Ítaca - Nossa Odisseia", em estreia nacional.

Para celebrar os 25 anos, a direção decidiu convidar três artistas portugueses que fizeram a primeira edição: João Fiadeiro, Vera Mantero e Aldara Bizarro, o que, segundo Walgrave, "não representa, no entanto, uma nostalgia".

"Queremos mostrar como o festival marcou esta prática artística, mantendo sempre a sua personalidade de experimentação, em artistas como estes, e de um diálogo com os públicos que também têm a coragem de arriscar ver o que não conhecem", disse à Lusa.

De João Fiadeiro estreia-se "From afar it was an island", título de um livro para crianças do ‘designer’ italiano Bruno Munari, que serve de inspiração para a nova peça do coreógrafo.

“Práticas propiciatórias de acontecimentos futuros” é o título da nova peça de Vera Mantero, que explora estudos de Ernesto de Sousa em torno da arte popular, enquanto Aldara Bizarro apresentará o novo trabalho "Gráfico do Gesto", que aprofunda o contexto e significado do gesto.

Entre outros nomes, entram no programa Cláudia Dias, Radouan Mriziga, Antoine Defoort, Bruno Beltrão & Grupo de Rua, Kornél Mundruczó Proton Theatre, Sofia Dinger, Zina Zarour, Gustavo Ciríaco, Flora Détraz, Sofia Dias & Vítor Roriz, Vaca 35, Jeannot Kumbonyeki, artistas provenientes de países tão diferentes como a França, Hungria, Congo, Marrocos, Brasil, México e Portugal.

O programa inclui ainda concertos, uma exposição, exibição de filmes, uma mesa redonda e conversas entre criadores.

O Castelo de São Jorge, a Culturgest, o Espaço Alkantara, o Maria Matos Teatro Municipal, o São Luiz Teatro Municipal e o Teatro Nacional D. Maria II vão ser os espaços de apresentação desta edição comemorativa do certame.

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