O primeiro concerto, a transmitir em streaming pelas 18h00, será com a flautista Mafalda Carvalho e o compositor Carlos Caires. As obras para flauta solo em destaque teriam sido interpretadas no âmbito de uma digressão do Ensemble DME, anunciada para o final de março passado, e que teve de ser adiada, tal como as outras iniciativas do certame, por causa da pandemia.
Adiado foi também o lançamento do fonograma “Fragments de Mémoire”, uma edição que contempla obras do compositor francês Jean-Sébastien Béreau e e do britânico Christopher Bochmann -- ambos com atividade pedagógica e ambos, em particular Bochmann, conhecedores do meio musical português --, na interpretação da pianista Ana Telles, solista do Ensemble DME, com os músicos convidados Lara Rainho (soprano) e Luís Gomes (clarinete), que será lançado a nível digital num evento duplo, acrescenta a organização do festival.
No sábado, às 18h00, será visionada a obra "Essay VIII", de Christopher Bochmann, enquanto a 2 de maio, à mesma hora, o evento será à volta da obra "Fragments de Mémoire", de Jean-Sébastien Béreau, título homónimo da edição fonográfica e uma encomenda do Festival DME.
No sábado será ainda publicado, na plataforma da Escola Superior de Música de Lisboa, Performance e contexto (perf.esml.ipl.pt), o artigo "Essay VIII: a key work in the piano output of Christopher Bochmann", da autoria de Ana Telles ("Ensaio VIII: uma obra chave na produção para piano de Christopher Bochmann", em tradução livre).
Este projeto tem por objetivo principal a 'performance', o registo audiovisual e a reflexão académica em torno de objetos artísticos, nomeadamente no campo da 'performance' musical.
Antes, o DME estará no evento global de artes telemáticas, a realizar na quarta-feira, Dia da Terra (22 de abril), integrado no evento Earth Day Art Model.
O ensemble apresentará a obra "A Omnisciência é um Colectivo - parte IV", do compositor português Jaime Reis, docente na Escola Superior de Música de Lisboa e na Escola Superior de Artes Aplicadas, interpretada por Vasco Fazendeiro, aluno desta escola.
Na ocasião serão também interpretadas obras de compositores de conceituadas instituições de ensino como o China College of Music (Pequim), o Mills College (Califórnia) e University of Oxford (Reino Unido) e artistas de países como Espanha, Colômbia, Coreia do Sul, Argentina, Tailândia, Polónia, Austrália, entre outros.
O evento decorrerá durante 24 horas, começando à meia-noite (Universal Time Code UTC), nos Açores, e quando for 1h00 da manhã, em Portugal Continental e na Madeira. A peça do compositor Jaime Reis será transmitida às 15h00 (UTC/TMG+1).
O evento poderá ser visualizado através da página de Facebook: https://www.facebook.com/tavellab.net/.
O responsável pelo Festival DME, Jaime Reis, disse à agência Lusa que as iniciativas visam encorajar a prática musical em período de confinamento.
“Pretendemos assim dar continuidade ao mote '120 anos de Música Eletroacústica para pessoas dos 0 aos 120’”, concluiu.
O Festival DME irá ainda promover a 9.ª edição do Concurso Nano Músicos Electroacústicos, a decorrer no Conservatório de Música de Seia - Collegium Musicum (Portugal), em dezembro de 2020, destinado a promover a composição e interpretação de música eletroacústica no contexto do Ensino Artístico Especializado de Música e Ensino Profissional em Portugal.
O festival Dias de Música Electroacústica existe desde 2003, com atividade de criação, programação e formação na área da música erudita contemporânea e electroacústica.
Com direção artística de Jaime Reis, está sediado em Seia, no distrito da Guarda, onde também reside o Ensemble DME. Desde 2017, está também no Lisboa Incomum, que acolhe o programa de residências artísticas, em paralelo com Seia.
Apesar de a atividade do festival se desenvolver maioritariamente em Portugal, a sua ação tem percorrido países como Brasil e Colômbia, China, Coreia, Filipinas e Japão, Espanha, França, Itália, Mónaco e Polónia.
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