Durante três dias, o festival literário Textemunhos regressará ao Museu de Lamego, com um programa preenchido por conversas abertas, encontros com escritores, exposições, leituras, cinema, dança, música e ‘workshops’.

Segundo o Museu de Lamego, a segunda edição deste festival tem “um cartaz que aposta na diversificação e internacionalização do painel de convidados, para um diálogo que se pretende alargado a outros domínios de expressão artística, entre museu e literatura”.

“Mantendo firme o propósito do festival como um espaço de construção e transformação, comprometido com o futuro, que se pretende melhor, a programação da segunda edição destina-se a revisitar ‘Sala Colonial’”, avançou.

Nesse âmbito, será alargado a outros domínios, para além da literatura, “o projeto da artista Catarina Simão, conhecida por uma prática de confronto com o Arquivo, desenvolvido no Museu de Lamego e Escola Secundária de Latino Coelho de Lamego”, acrescentou.

O programa deste ano conta com vários convidados estrangeiros, inclusive de países africanos.

“Observar a colonização e a descolonização pela lente dos países que foram o seu palco permite ampliar o quadro mental em que tudo isto se discute e introduz perspetivas, por vezes, obliteradas por um eurocentrismo enraizado, ainda que algo inconsciente”, referiu o programador do Textemunhos 2023, João Morales.

De acordo com João Morales, “o objetivo é refletir sobre as consequências das decisões no passado, amplamente identificáveis no presente, com vista a contribuir para um futuro distinto”.

O festival arrancará ao final da tarde de quinta-feira, com a inauguração da exposição “Melancolia Tropical ou a ilha que perdeu o equador”, de Daniel Blaufuks, seguida de uma conversa com o autor e com João Pedro Fonseca, um artista visual multidisciplinar que já trabalhou em teatro, ópera e dança.

À noite, no Centro de Tropas e Operações Especiais, será exibido o filme “Os Imortais”, de António-Pedro Vasconcelos.

Na sexta-feira, será dedicada uma atenção especial aos alunos das escolas, primeiro com uma sessão da escritora são-tomense Olinda Beja e depois com outra do livreiro da Traga-Mundos (que este ano é a livraria responsável pela Feira do Livro que acompanha o festival), António Alberto Alves.

No mesmo dia, haverá uma conversa em torno do documentário “Sala colonial”, realizado por Catarina Simão, que estará à conversa com José Roseira.

“Este momento do festival é complementado com ‘O amor em tempo colonial’, uma leitura de textos pelo ator João Pereira e pela professora universitária Maria Cláudia Henriques, contextualizados por esta docente”, explicou o Museu de Lamego.

A conversa “Partir incerto, voltar outro”, a performance “Asas com raízes” e uma “narrativa visual e emocional que utiliza movimentos corporais para transmitir mensagens e emoções” intitulada “Herança colonial” são outros pontos do programa.

O festival encerrará com o concerto “Sons em viagem”, do músico e compositor nómada natural da Letónia Reinis Jaunais.