O evento é promovido pela Academia de Música de Espinho, que tem no seu auditório a principal sala de espetáculos do festival, mas alarga-se a outros espaços da cidade, como o Largo do Município e a Praia da Baía.

"O público do FIME vem registando algum crescimento, tendo alcançado em 2015 cerca de 4.500 espetadores", declarou à Lusa André Gomes, um dos elementos da organização do certame. "O nosso objetivo é agora consolidar estes níveis de audiência, atendendo a que as nossas taxas de ocupação nos concertos estão já em níveis bastante apreciáveis", realçou.

O mesmo responsável defende, aliás, que a música erudita vem cativando "um público fiel, especialmente atento e informado". Esse universo de apreciadores "depende pouco de novos fenómenos de popularidade ou modas, e não se deixa afetar pela atenção que os media dedicam ao género", pelo que mantém com a música "uma relação mais purista, mais direta e, se calhar, também mais 'romântica'".

Para corresponder a essa expectativa, o FIME de 2016 propõe um programa a que André Gomes reconhece "ecletismo e heterogeneidade, sempre aliados à presença de intérpretes de grande craveira internacional".

O cartaz arranca a 25 de junho com Mário Laginha e Pedro Burmester, em "combinações improváveis em que coabitam o jazz português, a erudita americana inspirada em música popular cubana e o modernismo francês de Debussy e Bach".

A 1 de julho a pianista búlgara Plamena Mangova estreia-se em Portugal, no dia seguinte "o virtuoso acordeão de Vincent Peirani dialoga com o violoncelo de François Salque" e a 3 o palco acolhe o agrupamento Sete Lágrimas, cujo reportório abrange desde o Renascimento ibérico até à música tradicional de Portugal e Brasil.

O FIME é retomado a 6 de julho, quando o trompete do italiano Paolo Fresu "contracena com o pianismo do cubano Omar Sosa", e no dia 8 a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música explora "a literatura musical russa" tendo como solista no concerto n.º 1 de Shostakovich a violoncelista Natália Gutman.

Segue-se: o recital do violinista Daishin Kashimoto com o pianista Éric le Sage, a 15 de julho; o grupo do alaudista tunisino Dhafer Youssef, que a 16 apresenta uma fusão de jazz e música árabe; e a Orquestra Clássica de Espinho, que a 17 com o violinista Daishin Kashimoto e o violoncelista Claudio Bohórquez, sob a direção do maestro turco Alpaslan Ertungealp.

A mesma orquestra protagonizará a 22 de julho o último concerto do FIME, na praça da Câmara Municipal, onde o harpista colombiano Edmar Castañeda encerrará o festival "com música enérgica, pulsante e exótica".

Antes disso, há ainda dois espetáculos enquadrados na secção Festival Júnior, dedicado especificamente ao público infantojuvenil: a 26 de junho, "Pássaro de Fogo", uma encomenda da Casa da Música ao quinteto vocal e instrumental "Aquilo Que Vocês Quiserem"; e, a 10 de julho, a "Banda Móvel", que levará à Praia da Baía uma combinação de circo, teatro físico, música e ritmo, pela companhia Radar 360.