Gérard Depardieu, a lenda do cinema francês, não vai compareceu esta segunda-feira ao julgamento em que é acusado de agredir sexualmente duas mulheres e pedirá o adiamento por motivos de saúde, anunciou o advogado de defesa.

"Gérard Depardieu está extremamente afetado e, infelizmente, os seus médicos proibiram-no de comparecer à audiência, razão pela qual solicitará um adiamento para uma data posterior para que possa estar presente", disse Jérémie Assous, que alguns dias antes confirmara a intenção do seu cliente de se apresentar.

O ator, de 75 anos, deseja "expressar-se" sobre as acusações, que rejeita, acrescentou o advogado.

Depardieu enfrenta duas queixas. A primeira foi apresentada em fevereiro de 2024 por uma assistente de produção que o acusa de agressão sexual, assédio sexual e insultos sexistas durante a rodagem do filme “Les Volets Verts”, de Jean Becker, em 2021.

A segunda queixa foi apresentada por uma assistente de realização do mesmo filme, que acusa o ator de abusos sexuais.

Depardieu, figura de destaque internacional do cinema francês, foi acusado de comportamentos idênticos por quase 20 mulheres.

A atriz francesa Charlotte Arnould foi a primeira a apresentar uma queixa. Em agosto, o Ministério Público de Paris solicitou um julgamento contra o ator por violação e agressão sexual.

Depardieu também é alvo de uma investigação na capital francesa após a queixa de uma ex-assistente da indústria cinematográfica que acusa o ator de agressão sexual em 2014.

A jornalista e escritora espanhola Ruth Baza apresentou no seu país uma queixa contra o ator por uma violação que teria acontecido na capital francesa em 1995.

"Nunca abusei de uma mulher", afirmou o ator numa carta aberta publicada em outubro de 2023 pelo jornal Le Figaro.