Em comunicado, a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, lembrou ainda que “Graça Lobo foi uma voz ativa na defesa da cultura e do teatro em Portugal”.
“O seu legado será para sempre recordado como um exemplo de liberdade, dedicação, talento e paixão pela arte de representar”, afirmou a ministra.
Segundo fonte da Casa do Artista, a atriz Graça Lobo morreu hoje aos 85 anos, em Torres Vedras, distrito de Lisboa.
Ao longo de uma carreira de quase 50 anos, Graça representou sobretudo textos que definiram o teatro contemporâneo, de dramaturgos como Luigi Pirandello, Samuel Beckett, Jean Genet ou Harold Pinter. O seu desempenho de "Hedda Gabler", de Henrik Ibsen, foi um dos seus maiores sucessos.
Graça Lobo estreou-se na Casa da Comédia, em fevereiro de 1967, nas "Noites Brancas", de Dostoievsky, com encenação de Norberto Barroca, quando ainda era aluna do Conservatório Nacional.
Fez parte do Teatro Estúdio de Lisboa, de Luzia Maria Martins, e do Teatro Experimental de Cascais, de Carlos Avilez, outras companhias pioneiras do teatro independente, desafiando os anos da ditadura.
Em 1979, fundou a Companhia de Teatro de Lisboa, pondo em cena James Joyce, Harold Pinter, Noel Coward, Alan Ayckbourn, Miguel Esteves Cardoso, entre outros autores.
Entre os seus espetáculos mais recentes contam-se "Aqui Estou Eu Vírgula Graça Lobo", que estreou em 2003 no Teatro São Luiz, e "As Três (Velhas) Irmãs", a partir do clássico de Anton Tchékhov, com Mariema e Paula Só, peça encenada por Martim Pedroso, no Teatro D. Maria, em 2015.
Em 2001, editou "Sinceramente", sequência de breves histórias de ficção.
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