“Além de um grande artista, muito original e inovador recordo-o como uma pessoa extremamente inteligente e inquieta, sempre disponível para descobrir coisas novas e com um olhar muito raro fulminante sobre a realidade, um desenhador absolutamente fora de série, um desenhador exímio”, afirmou Rui Chafes em declarações à agência Lusa.
O artista plástico Júlio Pomar, que morreu hoje aos 92 anos no Hospital da Luz, em Lisboa, era também, segundo Rui Chafes, “uma pessoa de uma cultura, de uma inteligência e de uma suavidade, também no seu saber, muito raros”.
Além disso, Pomar era um amigo de Rui Chafes. “Fomos ficando amigos ao longo do tempo”, partilhou.
Entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016 esteve patente no Atelier-Museu Júlio Pomar, em Lisboa, uma exposição na qual se cruzavam os trabalhos de Rui Chafes e Júlio Pomar.
“Júlio Pomar e Rui Chafes: Desenhar" deu início a um programa de exposições do atelier-museu que procura, segundo aquela entidade, cruzar a obra de Júlio Pomar com a de outros artistas, de modo a estabelecer relações com a contemporaneidade.
Nesta primeira, os desenhos de Pomar, de 88 anos, estiveram lado a lado com as esculturas em ferro de Rui Chafes, considerado um dos artistas portugueses mais importantes da sua geração.
O Atelier-Museu Júlio Pomar foi inaugurado em abril de 2013, inserido no conjunto de equipamentos culturais da Câmara Municipal de Lisboa, criado para conservar e divulgar a obra do artista plástico português de 88 anos.
Pintor e escultor, nascido em Lisboa em 1926, Júlio Pomar é considerado um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa.
O artista deixa uma obra multifacetada que percorre mais de sete décadas, influenciada pela literatura, a resistência política, o erotismo e algumas viagens, como a Amazónia, no Brasil.
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