A maioria dos galardões entregues no passado domingo foram parar às mãos de artistas masculinos. Bruno Mars foi o grande vencedor ao levar seis prémios para casa.

Num momento de reivindicação social a favor da igualdade de género e em pleno auge do movimento Time's Up contra o abuso sexual, a imprensa questionou o presidente da Academia sobre o baixo número de mulheres vencedoras e nomeadas às principais categorias.

A sua resposta desencadeou um terramoto. A mudança "tem de começar pelas mulheres que têm a criatividade no seu coração e na sua alma, que querem ser artistas, engenheiras de som, produtoras, que querem fazer parte da indústria a nível executivo, deem um passo à frente", assinalou Neil Portnow.

As últimas vencedoras da categoria de álbum do ano foram Adele e Taylor Swift.

"Acredito que seriam bem-vindas. Não tenho experiência pessoal com o tipo de problemas que enfrentam", apontou. "Somos nós como indústria que criámos as oportunidades para que todos os que querem ser criativos e criámos a próxima geração de artistas que sentem que podem fazer qualquer coisa", acrescentou.

A artista neozelandesa Lorde, a única nomeada na categoria de álbum do ano, publicou uma carta escrita a mão no jornal The New Zealand Herald, na qual agradeceu aos seus fãs pelo apoio ao disco "Melodrama". "Obrigada, também, por acreditarem nas mulheres da músicas. Vocês estabeleceram um bonito precedente!", assegurou.

A norte-americana Pink também criticou as palavras de Neil Portnow ao sublinhar que "as mulheres na música não precisam de 'dar um passo à frente'. As mulheres deram passo em frente desde o início".

Honrar as mulheres é, na sua opinião, ensinar "a próxima geração de mulheres, raparigas, rapazes e homens o que significa serem iguais e o que significa serem justos", segundo uma nota escrita a mão publicada no seu Twitter.

Katy Perry juntou-se às críticas afirmando que "todos temos a responsabilidade de acabar com esta absurda falta de igualdade por todas as partes". "Estou orgulhosa de TODAS as mulheres que fazem uma arte incrível apesar das resistências contínuas", manifestou nas redes sociais.

A cantora britânica Charlie XCX reiterou que "as mulheres fazem músicas incríveis hoje em dia". "Do que é que ele está a falar?", questionou em referência a Portnow.