De acordo com um comunicado divulgado pela Tate Britain, os artistas selecionados pelo júri são Liz Johnson Artur, Oreet Ashery, Shawanda Corbett, Jamie Crewe, Sean Edwards, Sidsel Meineche Hansen, Ima-Abasi Okon, Imran Perretta, Alberta Whittle e a organização Arika.

No final de maio, a Tate Britain tinha anunciado que, devido às restrições causadas pela pandemia da COVID-19, este prémio anual, no valor de 40 mil libras (cerca de 48 mil euros), não seria entregue como habitualmente, mas transformado em bolsas de criação para dez artistas.

Com a contribuição de vários mecenas, o valor acabou por ascender a 100 mil libras (quase 112 mil euros), para distribuir aos artistas “neste período de profunda perturbação e incerteza", justificou, na altura, a instituição britânica.

Desde a cerâmica ao cinema, da 'performance' à fotografia, o trabalho destes artistas “representa entusiasmantes e interdisciplinares formas de expressão”, sublinha a Tate, no comunicado.

“Estas bolsas significam um voto de confiança aos artistas e um merecido apoio em tempos muito desafiantes”, sustenta ainda.

Arika é uma organização focada no caráter político e social das artes, com base em Edimburgo, e cujos projetos apoiam ligações entre a arte e a mudança social.

Liz Johnson Artur é uma fotógrafa de ascendência ganeso-russa, com base em Londres, que tem passado os últimos 30 anos a fotografar a vida de africanos na diáspora.

Oreet Ashery também trabalha em Londres em projetos multidisciplinares sobre género, biopolítica e comunidade, enquanto Shawanda Corbett tem base em Oxford, onde as suas cerâmicas e pinturas questionam as ideias sobre o corpo.

Em Glasgow, o artista e cantor Jamie Crewe usa o vídeo, escultura e desenho para falar sobre poder, identidade, comunidade e História, enquanto Sean Edwards, artista residente em Cardiff, usa pequenas esculturas e vários media para criar instalações sobre histórias pessoais de família.

Também em Londres, Sidsel Meineche Hansen investiga a forma como os corpos virtuais humanos e robóticos são hoje manipulados numa sociedade altamente orientada para a tecnologia.

Por seu turno, Ima-Abasi Okon, cuja atividade se divide entre Londres e Amesterdão, trabalha em escultura, vídeo e som para criar instalações, sobre tecnologia e industrialização, e Imran Perretta, residente em Londres, reflete sobre marginalidade em filmes, poesia e performances.

Alberta Whittle, que divide a sua atividade entre Barbados, a Escócia e África do Sul, aborda as questões da diáspora, colonialismo e escravatura em colagens, vídeo, escultura e fotografia.

As bolsas deste ano foram atribuídas pelo júri com base nos mesmos critérios das exposições realizadas pelos artistas, no quadro do regulamento do prémio.

Os membros do júri foram o curador do Instituto de Artes Contemporâneas Richard Birkett, a diretora do Centro BALTIC para a Arte Contemporânea, Sarah Munro, o diretor da Bienal de Liverpool, Fatos Üstek, e ainda o curador e designer Duro Olowu.

O Prémio Turner para as artes visuais foi criado em 1984 com o nome do pintor William Turner (1775-1851) e é atribuído anualmente a artistas nascidos ou a residir no Reino Unido, com base no trabalho desenvolvido no ano anterior.

No ano passado, os quatro finalistas - Lawrence Abu Hamdan, Helen Cammock, Tai Shani e Oscar Murillo – decidiram de forma inédita reunir-se num coletivo, a quem o prémio foi atribuído.

De acordo com a organização, o Prémio Turner regressará ao seu formato de exposição em 2021.