“Não nos limitaremos a fazer uma análise e uma apreciação crítica da proposta. Temos também a responsabilidade de apresentar uma contraproposta e é isso que faremos”, declarou Vasco Cordeiro.

O presidente do Governo dos Açores ouviu hoje a direção da RTP/Açores, subcomissão de trabalhadores da televisão açoriana e o representante da região no conselho de opinião da RTP sobre a proposta avançada pelo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, de criação de uma empresa regional de produção de conteúdos audiovisuais, ficando a informação a cargo da RTP/Açores, que considerou um “bom modelo”, mas que “não está fechado” à discussão.

Vasco Cordeiro considerou ser necessário ter uma “perspetiva mais ampla” dos problemas com que rádio e televisão pública nos Açores se confrontam, salientando que a solução “não se resume apenas a um exercício de engenharia financeira ou organizativa”.

“A proposta que foi apresentada não responde, não trata dos principais desafios que o serviço público de rádio e televisão está confrontado nos Açores, que não são de agora”, declarou o presidente do Governo dos Açores.

Vasco Cordeiro sublinhou que o desafio que o serviço de rádio e televisão tem nos Açores “não é apenas de saber se a empresa A fica com 120 trabalhadores e empresa B, a criar, passa a ter 30, 40 ou 50”.

“Estes desafios não se compadecem com os desafios de engenharia financeira ou de organização de empresas, são mais vastos, tendo a ver com assuntos sobre os quais a própria Assembleia dos Açores já se pronunciou e com o Estado assumir as suas responsabilidades”, referiu Vasco Cordeiro.

O presidente do Governo Regional disse esperar que este possa “constituir o momento para resolver definitivamente este assunto ou pelo menos apresentar uma proposta que, da parte do Governo da República, se possa fazer avançar este processo”.

Por seu turno, o representante da região no conselho de opinião da RTP considerou que a proposta do ministro Poiares Maduro é uma “tentativa de partilha de custos" entre ambos os Governos dos encargos da televisão nos Açores.

“Trata-se de uma tentativa de convencer o Governo dos Açores a pagar parte da fatura. Que devamos fugir disso a sete pés, acho que sim”, frisou José Lourenço.

Teresa Nóbrega, da subcomissão de trabalhadores da RTP/Açores, referiu que os trabalhadores querem saber “o que é que se pretende com esta proposta” e que serviço público se quer adotar para os Açores.

“Só depois de sabermos o que se pretende é que se vai discutir com que meios, com que equipamentos, com que instalações. Temos que conhecer isso, que é a questão principal que o documento do ministro Poiares Maduro não foca”, declarou.

Atá ao final do dia de hoje, o presidente do Governo aguarda pelos contributos pedidos aos partidos da oposição sobre este dossiê, mas, até ao momento, apenas o PS/Açores tinha formalizado um documento.

@Lusa