A mulher achou piada, os filhos não se queixam e os fotógrafos procuram os melhores ângulos para retratar o novo visual de Pedro Lima. De "suíças" e vistoso bigode ribatejano, o actor vai desempenhar o papel de "Tristão Moreno", um simples trabalhador rural, na nova novela da TVI "Espírito Indomável" (nome ainda provisório).

As gravações desta história, que se desenrola nos campos de Coruche, com cenas iniciais registadas nas fazendas de gado do Rio Grande do Sul, no Brasil, já estão em marcha.

Em conversa com SapoTV, Pedro Lima levanta algumas pontas do véu.

Novo "look", nova personagem. Certo?
Sim. Sou um dos actores do elenco da novela "Espírito Indomável". A história passa-se no universo rural, em Coruche. Fala de gente que trabalha no campo, na agricultura e na pecuária. A minha personagem, o "Tristão Moreno", é de um extracto social menos favorecido, mais humilde e simplório. A proposta que se fez, em termos de imagem, foi esta. Esta pelugem até que me fica bem (risos)...

Então gosta da nova imagem?
Gosto e as pessoas acham graça. Sinto-me mais confortável se assim for. A minha mulher achou piada e os meus filhos não se queixam. Até já fui convidado para fazer algumas produções fotográficas por causa deste bigode. Não estava à espera que tivesse este impacto.

Qual o núcleo de actores com quem contracena?
Sara Prata, Liliana Santos, António Capelo, Tiago Aldeia e o Diogo Amaral.

Gosta da personagem?
É muito diferente de qualquer coisa que já tenha feito em televisão. Em teatro já tenho arriscado um pouco mais, em termos de composição e caracterização de personagem, mas em TV nunca tinha feito nada assim, tão fora do meu registo normal. Estou na expectativa para ver como as coisas vão correr.

"Fora do registo normal", como assim?
É tudo diferente. A forma de falar, andar, vestir. Não tem sotaque ribatejano mas a personagem não articula correctamente as palavras. O diálogo é muito diferente daquele que usamos aqui em Lisboa. Tem características engraçadas...

Como é que se preparou?
Não contactei com ninguém. Usei o próprio texto e a minha imaginação. Claro, que as nossas vivências também ajudam. Tenho as minhas referências que servem de inspiração para desenvolver esta personagem.

Então as viagens a Coruche são frequentes?
Vou lá duas a quatro vezes por semana. Tenho algumas cenas em estúdio, mas o percurso da minha personagem desenvolve-se fundamentalmente em exterior.

As pessoas da terra receberam bem a equipa? Afinal, não é todos os dias que se vê o Pedro Lima pelas ruas de Coruche?
Nós começámos a gravar há muito pouco tempo e o nosso convívio tem sido sobretudo com as pessoas da herdade em que trabalhamos. Nota-se que têm alguma admiração e fascínio por nós.

Gostam da sensação de se cruzarem com as pessoas que só estão habituadas a ver na televisão. No entanto, todos os actores, sem excepção, fazem por dar a perceber a essas pessoas que somos todos iguais. Nós não somos estrelas, nem deuses e, o convívio acaba por ser natural.

Além da novela também vai fazer, entretanto, uma perninha no Teatro, não é verdade?

Estou a ensaiar uma peça que se chama "Agora a Sério", que vai estrear no dia 14 de Abril, no Teatro Aberto. A peça é dirigida pelo Pedro Mexia e o elenco conta com o João Reis, Ana Brandão, São José Correia, Diana Costa e Silva, Afonso Lagarto e o Nuno Casanova.

A história vale a pena?

Aquilo passa-se nos anos 80 e faz uma espécie de reflexão cómica do teatro, dentro do teatro. Gira em torno da perspectiva do autor de uma peça, que é o João Reis. É uma alta comédia, não será uma farsa, onde podemos encontrar paralelismos com a realidade.
As crises existenciais dos autores são mais ao menos transversais à história. A reflexão é exactamente essa.

Entrevista: Joana Côrte-Real / Fotos: Bruno Raposo

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