Mesmo os holandeses, famosos pela mentalidade aberta, acharam um pouco demais as imagens do seu rei e rainha na cama.

Mas com exceção desse pormenor, receberam com grande entusiasmo o primeiro episódio de “Máxima”, a resposta nacional à série britânica da Netflix “The Crown”.

O primeiro episódio da biografia que retrata a história de amor do casal real atraiu 700 mil espectadores – um dos programas mais vistos naquele horário – e também foi aclamado pela crítica.

“É um valor muito bom”, disse ao jornal De Telegraaf a ​​especialista das audiências Tina Nijkamp.

“A produção superou até as maiores expectativas”, disse o jornal diário Algemeen Dagblad (AD).

A série segue a vida de Máxima Zorreguieta – que eventualmente se tornaria a Rainha Máxima – desde o seu nascimento em Buenos Aires em 1971 até ao seu noivado com o então príncipe herdeiro Willem-Alexander.

Baseada no livro 'best-seller' de Marcia Luyten, a série transmitida na plataforma de streaming Videoland já foi vendida para diversos países, incluindo Bélgica e Alemanha, além de outros na América Latina, incluindo a Argentina, através da Max.

Cenas de amor entre Willem-Alexander, interpretado por Martijn Lakemeier, e Máxima, interpretada pela atriz argentina Delfina Chaves, provocaram reações de algum incómodo entre a imprensa, as redes sociais e os espectadores.

“Vemos realmente o rei e a rainha a divertirem-se debaixo dos lençóis. É como ver os nossos pais quando eram jovens”, nota o AD.

O jornal diz que as cenas de sexo eram “ligeiramente desconfortáveis” e observou que o popular “The Crown” sobre a realeza britânica conseguiu evitar tais constrangimentos.

O diário Trouw também notou “o desconforto causado pela cena turbulenta na cama”.

“É realmente assim que queremos imaginar Wim-Alex e Max?”, perguntou.

Martijn Lakemeier e Delfina Chaves créditos: Millstreet Films

Maxima e Willem-Alexander conheceram-se em 1999 e casaram três anos depois. Têm três filhas.

A princesa herdeira Amália, de 20 anos, desempenhou o seu primeiro papel oficial durante uma visita de Estado na quarta-feira.

Filha de um ministro do governo ditatorial argentino do general Jorge Rafael Videla, Máxima conseguiu conquistar os corações dos holandeses, embora a sua popularidade tenha diminuído ligeiramente nos últimos anos.

Segundo o canal público NOS, obteve uma média de 7,1 pontos em 10, contra oito em 10 em 2020.

O rei tem 6,6 pontos.

O primeiro episódio alcançou 20% da audiência na categoria dos 25 aos 54 anos.

“A série 'Máxima' chegou mesmo a tempo de impedir a queda na sua popularidade”, nota Tina Nijkamp.

A assessoria de imprensa da Casa Real disse à France-Presse que não estiveram envolvidos na produção da série.

"Na primeira temporada vemos como Máxima se transforma numa jovem segura de si mesma que se enamora perdidamente de um príncipe holandês", expressou em comunicado Peter van der Vorst, diretor de conteúdos da RTL Holanda, proprietária da plataforma Videoland.

"Mas a história continua. Máxima casa-se, torna-se mãe e a seguir em rainha. São muitos os acontecimentos que estão presentes na nossa memória coletiva e que voltaremos a ver", acrescentou.

Na segunda temporada em preparação, cuja rodagem começará em outubro, Máxima descobrirá "que conservar o amor do povo holandês não é tão fácil quanto conquistá-lo”, segundo Rachel van Bommel, da produtora Millstreet Films, citada no mesmo comunicado.

Entretanto, tal como aconteceu com Máxima, a atriz Delfina Chaves confirmou em fevereiro os rumores de que está a namorar com o seu colega na série Martijn Lakemeier.

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