Cada risco, amolgadela e mudança mal metida naquele magnífico DBS perturbou-me. Enquanto o povo exultava, já Bond estava a levar uma reprimenda da
Judy Dench/M.
Ainda ressacado pela morte da sua mulher oficial, o vingativo James corre mais depressa nos frágeis telhados de Siena do que eu na mais fabulosa pista de tartan. Mas também leva ao desespero a sua patroa M que o abandona. É verdade.
As duas beldades, Camille e agente Fields, e o vilão Dominique Greene numa criação fisicamente frágil mas com grande desempenho intelectual, compõem o ramalhete e alimentam a narrativa. Tecnicamente, Forster evitou os tempos mortos e foi prego a fundo até ao fim.
As sequências de ação estão sublimes, muito bem editadas sem um erro de continuidade.
Craig trouxe uma dose de realismo ao personagem que surge rasgado, com hematomas, sangue pisado e tem um ar, por vezes, desgraçado.
007 é agora um agente mais soturno e muito menos divertido com poucas graçolas e menos gadgets, afinal, o que eu gostava no rapaz do Martini. Mas depois do embuste que foi
Pierce Brosnan, Craig chegou, mudou, encarnou e está aí para durar. E essa é uma boa notícia. Venha o próximo.
João Gata
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