O ator inspirou-se numa pintura de Kirby Sattler em particular para a caracterização e o chapéu, um corvo com as asas abertas.

Apesar de agora conhecer a fundo a história da sua personagem,
Johnny Depp já confessou que não era um grande conhecedor de «O Mascarilha».

«A única razão pela qual conhecia o Mascarilha era porque o meu pai era fã. Ele gostava de ver a série de televisão. Eu vi algumas vezes com ele, mas tinha apenas noção de quem era o personagem», disse à AFP.

Johnny Depp e os criadores da saga «Piratas das Caraíbas» voltaram a trabalhar juntos para a adaptação ao cinema de
«O Mascarilha», popular personagem da cultura popular americana que, neste filme, é interpretada por
Armie Hammer. O ator é mais conhecido pelo seu papel duplo em «A Rede Social» (dava corpo aos gémeos Winklevoss) e em «Espelho Meu, Espelho Meu! Há Alguém Mais Gira do que eu?» (em que fazia de príncipe encantado).

Mais que o medo de interpretar uma personagem adorada pelos americanos, foi o «respeito por ele» que motivou o ator Armie Hammer. «Sei que esta personagem representa muito para muitas pessoas», disse.

Hammer afirmou que adotou sem hesitar algumas características do herói, como «o respeito pela vida, a recusa de matar e um código moral muito rígido».

Depois de terem revitalizado com sucesso os filmes de piratas, com quatro produções que arrecadaram mais de 3,6 mil milhões de dólares em todo o mundo, o produtor Jerry Bruckheimer e a Disney esperam agora trazer de volta o «western».

«O Mascarilha» é um justiceiro mascarado que nasceu no rádio em 1933, antes de ter ascendido ao sucesso mundial, entre 1949 e 1957, com uma série televisão muito popular nos Estados Unidos.

O filme, que estreia nesta quarta-feira nos Estados Unidos e a 8 de agosto em Portugal, é a quarta adaptação ao cinema da história do cavaleiro do Texas e seu fiel ajudante Tonto, um índio comanche interpretado por Johnny Depp em mais um dos seus excêntricos papéis.

Fiel ao estilo das produções de Bruckheimer, o filme, mistura de western e ação, com um orçamento de mais de 200 milhões de dólares, tem cenários extravagantes, explosões, massacres e cenas espetaculares para contar a história do que levou o texano John Reid a trocar o fato de advogado por uma máscara e o chapéu branco de justiceiro anónimo.

Uma personagem atualizada

Para atrair os espectadores mais jovens, o público-alvo de Bruckheimer, foi necessário atualizar a personagem.

«Quando 'O Mascarilha' surgiu na rádio, estávamos a sair da crise de 1929. E a série de televisão nasceu depois da Segunda Guerra Mundial, quando estava a começar a Guerra da Coreia. As pessoas queriam um herói, queriam ligar a televisão e não ter medo, ver alguém fazer o bem, um bom herói e um bom americano», explicou Armie Hammer.

«Essa lógica não funciona para o público atual, que tem mais discernimento. Assim, quis torná-lo mais humano. Criámos um código moral, sim, mas ele viola-o várias vezes. Queríamos ver a sua luta contra o desejo de matar alguém ou contra algo que desejasse fazer, sabendo que não podia fazê-lo», explicou.

Para o ator, trabalhar com Johnny Depp e com o realizador
Gore Verbinski (da saga «Piratas das Caraíbas e vencedor do Óscar de Melhor Filme de Animação com «Rango») também foi muito didático.

"Com o Johnny aprendi a prestar atenção a tudo o que acontece em meu redor. E com o Gore, aprendi que é possível fazer tudo, mas que isso pode exigir mais trabalho do que o previsto».