Além da Família Real Britânica, uma das obsessões do tablóide britânico The Sun é sobre quem será o próximo James Bond, com 'notícias' periódicas sobre as probabilidades ditadas pelas casas de apostas ou rumores do 'casting' alegadamente de 'fontes' próximas dos produtores da saga, Barbara Broccoli e Michael G. Wilson.
Esta terça-feira, a Internet entrou em ebulição quando o The Sun avançou com a 'notícia' de que Aaron Taylor-Johnson vai ser o sucessor de Daniel Craig.
O rumor existe há muito tempo, mas o tablóide garante que o papel foi "formalmente oferecido" ao ator britânico e este "vai assinar o seu contrato nos próximos dias".
A acompanhar, o escrutínio: o The Sun e o The Daily Mail dissecaram toda a vida pessoal do britânico de 33 anos, principalmente a parte de ser casado com a realizadora Sam Taylor-Johnson, 24 anos mais velha.
Do lado dos produtores a reação foi de silêncio e nem Variety, The Hollywood Reporter ou Deadline, a imprensa mais credível ligada à cobertura de Hollywood, pegaram na deixa.
Nas redes sociais o debate-se centrou-se nos méritos do ator, principalmente os físicos, bem como se tem carisma ou se será o 007 mais 'insonso 'de sempre.
Seja como for, Aaron Taylor-Johnson ajusta-se ao perfil procurado pelos produtores, pela idade e por ser conhecido, mas não ao ponto ao ponto de ser uma estrela.
O ator entrou recentemente ao lado de Brad Pitt em "Bullet Train". Também já foi Quicksilver em "Vingadores: Era de Ultron" (2015) e regressará ao mundo de super-heróis este ano com "Kraven, o Caçador". Exemplo de equilíbrio saudável entre blockbusters e projetos de autor, no seu currículo estão ainda títulos como “Godzilla”, “Animais Noturnos”, “Anna Karenina”, “Nowhere Boy” e "Kick-Ass".
Em janeiro de 2023, o mais reputado meio norte-americano Puck News [acesso pago] avançava que era um dos finalistas e houve um encontro com Barbara Broccoli que "correu muito bem".
Em coordenação com o estúdio, a decisão final do sucessor de Daniel Craig como 007 será tomada pela poderosa produtora da saga e o seu meio-irmão Michael G. Wilson, que estão à frente da Eon Productions, responsável pelos filmes desde 1962 e que se mantém uma empresa "familiar", a salvo de qualquer aquisição.
Em várias entrevistas, Michael G. Wilson confirmou que todos os potenciais candidatos fazem uma cena específica do segundo filme, "From Russia With Love", de 1963 ["007 - Ordem para Matar" em Portugal"]: aquela em que o Bond em tronco nu (Sean Connery) encontra a agente soviética Tatiana Romanova (Daniela Bianchi) deitada na sua cama apenas com um colar gargantilha.
Segundo outras 'notícias' dos tablóides britânicos, o britânico Aaron Taylor-Johnson teria feito o teste em setembro de 2022 e impressionado os produtores com "a sua mistura única de intensidade de representação e o seu impressionante catálogo de filmes de ação".
Em dezembro de 2022, teria avançado para uma outra fase, filmando a famosa sequência conhecida como "gun barrel teaser footage", aquela que aparece na fase inicial de todos os filmes onde Bond, de "smoking", se vira para o ecrã e dispara a arma.
Os prazos ajustam-se: em setembro de 2022, os produtores avisaram que iam começar a procurar o sucessor de Craig e a produção do próximo filme dificilmente arrancaria antes de 2024.
Esclareceram ainda que estavam à procura de um ator com "30 e poucos anos" para ser Bond nos próximos 10-12 anos, o que deixava de fora favoritos das casas de apostas e fãs como Idris Elba (51 anos), Tom Hardy (46) e provavelmente Henry Cavill (40), e jovens como Jacob Elordi (26) e Tom Holland (27).
"Tentámos olhar para pessoas mais jovens no passado. Mas tentar visualizar isso não funciona. Lembre-se, Bond já é um veterano. Ele tem alguma experiência. É uma pessoa que passou pelas guerras, por assim dizer. Ele provavelmente esteve no SAS [forças especiais] ou algo do género. Não é um miúdo que saiu do liceu que se pode trazer e começar. É por isso que funciona para 30 e poucos anos", explicava Michael G. Wilson durante um evento organizado pelo British Film Institute para comemorar os 60 anos da personagem no cinema em outubro de 2022.
Foi ainda setembro de 2022 que os produtores revelaram que ainda era preciso explicar aos possíveis candidatos o que está à volta do papel mais importante de Hollywood: muitos dos jovens atores acham que querem ser Bond, mas não percebem totalmente o 'caderno de encargos'.
"Muitas pessoas pensam: ‘Ah, sim, seria divertido fazer um’. Bem, isso não vai funcionar", recordava Barbara Broccoli a rir.
A produtora acrescentava que o processo de "casting" não é apenas sobre um ator: "Trata-se de uma reinvenção e 'Para onde vamos?'. O que queremos fazer com a personagem? E depois, quando percebemos isso, quem é a pessoa certa para esta reinvenção específica".
"Com o Craig, quando tivemos a conversa nesta mesma mesa, sobre se ele ia fazer isto, ele disse 'Bem, vou fazê-lo. Quero realmente fazer parte disto, da coisa toda'. E ele viveu para se arrepender", contava Broccoli outra vez a rir.
"Mas trata-se de um grande compromisso. Não é apenas aparecer para dois meses de rodagem", destacava.
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