Sem conseguir chegar a um veredito unânime sobre a pena capital para James Holmes, o jovem que matou 12 pessoas ao entrar aos tiros num cinema de Aurora (Colorado, EUA), em 2012, um júri decidiu condenar o réu à prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional.

Depois de sete horas de deliberações entre a quinta e a sexta-feira, os jurados - nove mulheres e cinco homens - ouviram os pedidos de clemência da defesa do acusado, que alegou que o seu cliente sofre de problemas mentais.

"Nós, do júri, não temos um veredito final unânime sobre esta pena e entendemos que o tribunal deve impor uma sentença de prisão perpétua sem a possibilidade de liberdade condicional", diz o comunicado dos jurados.

A sentença será proferida formalmente pelo juiz numa audiência posterior, mas o júri tomou a sua decisão a respeito das 12 acusações de homicídio contra o réu.

"Quero agradecer-lhes pelo vosso serviço", declarou o juiz após ler a decisão do júri. "Paralisaram as vossas vidas" por causa deste julgamento, iniciado há 15 semanas.

Desta forma, Holmes escapou da pena de morte após ser declarado culpado de abrir fogo, no dia 20 de julho de 2012, num cinema da cidade de Aurora, durante a exibição do filme "O Cavaleiro das Trevas Renasce".

Armado com uma carabina AR-15, uma caçadeira, uma pistola calibre 40 e bombas de fumo, Holmes matou 12 pessoas e deixou dezenas de feridos. Pelo ataque foi considerado culpado em 165 acusações, incluindo 12 homicídios de primeiro grau.

O jovem, que estudava Medicina no momento do ataque, declarou-se inocente por sofrer de problemas mentais.

O Ministério Público pressionou muito para que Holmes fosse executado com injeção letal, mas a alegação de problemas mentais parece ter provocado dúvidas entre os jurados.

Nas alegações finais, o promotor George Brauchler afirmou que Holmes "escolheu o momento, a forma e o método para as mortes".

O último preso executado no Colorado foi o violador e assassino Gary Lee Davis, em 1997.